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Prêmio Personalidades TOPVIEW: Homenagem In memorian

Carlos Eduardo Zimmermann, é homenageado no Prêmio Personalidades TOPVIEW | Grupo RIC 2018 na categoria In memoriam

Encontrar-se para se perder. A frase caracteriza o trabalho de Carlos Eduardo Zimmermann, que, como uma metamorfose ambulante, permeou diversos estilos artísticos. E, quando se encontrou por completo, no que considerou seu estilo próprio, foi hora de dizer adeus.

Era manhã de segunda-feira, 4 de junho, quando o corpo do artista plástico de 66 anos foi encontrado em sua casa-ateliê pelo seu motorista. A data da morte não pôde ser precisada, já que passou o fim de semana sozinho e foi visto, pela última vez, na noite de sexta-feira, pelo seu grande amigo, o arquiteto Jayme Bernardo.

Foi rodeado de vida que Zimmermann faleceu. O local onde morava, nos arredores do Parque Barigui, foi seu abrigo nos últimos anos, quando se manteve introspectivo e mais recluso. “Essa casa foi feita para mim, em um misto de casa e ateliê. Aqui tem o espaço, a luz e a tranquilidade de que preciso”, disse o artista ao Portal CARAS, em 2009.

Zimmermann, que por muito tempo se apoiou na arte surrealista, também passou pelo minimalismo, quando criou esculturas, pinturas e gravuras antes de falecer. Satisfeito com suas novas criações – quadros com retângulos coloridos que pareciam ter luz própria –, ele tinha se encontrado no que chamava “geometria da cor”.

Nascido em Antonina e influenciado pela sua mãe, professora do Centro Juvenil de Artes Plásticas, Zimmermann teve aulas lá e estudou desenho e pintura com Guido Viaro, que dirigia o Centro. Médico formado em 1976, ele expôs na Bienal de São Paulo em 1973 e 1975 e então decidiu seguir o caminho das artes. Pouco depois, em 1978, foi para Londres fazer pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art. Foi nesse período que consolidou sua relação com a galerista Zilda Fraletti, que faria exposições marcantes do artista.

Disciplinado, organizado e extremamente criativo, Zimmermann trabalhava com diversas formas, cores, texturas, luzes e dimensões – sempre acompanhadas de seu forte apuro técnico. Mesmo com seu falecimento, seu legado permanece – e não apenas por meio de suas obras. Sua marcante generosidade mantém-se intacta em seus amigos e nos artistas que Zimmermann acompanhou.

CITADOS PELOS JURADOS

Aglaé Taborda Ribas Dutra, Aloar Ribeiro, Assionara Souza, Bernardo Ribas Carli, Celso Paciornik, Clotário de Macedo Portugal Neto, Debora de Mattos Macedo, Edson Facundo, Eloá Rodrigues Teixeira, Ester Proveller, Foca Cruz, Jorge Amin Bacila, Luciano Pizzatto, Mirtillo Trombini, Nilma de Almeida Pinto, Saul Trumpet, Sérgio Prosdócimo, Rubens Gonçalves de Almeida e Valdir Fagundes.

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