Prêmio Personalidades TOPVIEW: Ativista Ambiental do Ano

FLÁVIO ZANETTE (VENCEDOR)
Engenheiro Agrônomo e Pesquisador

O professor Flávio Zanette é uma das maiores autoridades mundiais quando o assunto é a árvore-símbolo do Paraná, a Araucaria angustifolia – o popular “pinheiro do Paraná”. Pós-doutor em biotecnologia vegetal e mestre e doutor em fitotecnia, Zanette passou as últimas quatro décadas pesquisando sobre a planta, suas formas, seus tamanhos, e como estimular a reprodução da espécie – o que, em 1988, resultou no primeiro “pinheiro de proveta”, para ajudar a evitar a extinção da espécie.

Natural de Criciúma (SC), Zanette se instalou em Curitiba para cursar a faculdade de Agronomia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), instituição da qual nunca mais se afastou, mesmo depois de aposentado. Além de ser responsável pela produção de milhares de mudas de araucária, que são distribuídas para a comunidade, possui uma extensa produção acadêmica, com dezenas de livros e artigos científicos publicados. De seu currículo, constam, ainda, diversas homenagens, como a comenda de Cavaleiro da Ordem da Estrela da Itália, o título de Cidadão Honorário de Curitiba, o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, entre outros.

Professor sênior da UFPR, hoje o vínculo de Zanette com a universidade é voluntário. É uma forma de ele poder dar continuidade ao trabalho de orientação nas pesquisas de mestrado e doutorado. Suas pesquisas são autofinanciadas a partir da comercialização das mudas de araucária produzidas em um viveiro que ele mantém no terreno ao lado de sua casa, em Curitiba.

Desde 2006, foram mais de 100 mil mudas distribuídas – tudo devidamente cadastrado com nome do receptor, CPF, telefone e local de plantio da muda. “A solução para salvar a araucária da extinção não está somente na proibição do corte, mas no incentivo à reprodução, ao replantio”, enfatiza. “Por mais longeva que ela seja, não é uma árvore eterna.”

NATALIE UNTERSTELL (FINALISTA)
Estrategistas de Políticas Públicas

Seu nome circula com facilidade nos gabinetes do poder Brasil afora ou entre os povos indígenas da Amazônia. Foi atuando em programas ambientais na região norte que ela construiu a base de sua formação e de seu engajamento na área. Aos 35 anos, Natalie é mestre em administração pública pela Universidade de Harvard (EUA) e foi negociadora do Brasil nas Nações Unidas nos temas de floresta e mudança do clima. Considerada uma das principais referências no assunto, é cofundadora do Movimento Agora, formado por representantes da sociedade que estão focados em construir uma nova agenda de políticas públicas para o país. É, ainda, uma das 80 mulheres integrantes do Homeward Bound. O programa, que reunirá as participantes em uma viagem à Antártida, visa formar uma rede de lideranças femininas pelo mundo. “Hoje, eu me dedico a pesquisar como o aquecimento global vai impactar a vida humana”, afirma.

O terceiro finalista não autorizou sua participação no prêmio.

CITADOS PELOS JURADOS

Aristides Athayde, Gabriela Carvalho, Goura, Ivo Simas Moreira, Jessica Pertile, Manu Buffara, Paloma Lecheta, Patricya Bezerra e Paulo Aparecido Pizzi.