O governo precisa de OZEMPIC
*Por Jeulliano Pedroso
O OZEMPIC é um medicamento que se tornou um fenômeno mundial porque auxilia na saciedade, ajudando os pacientes a reduzirem a quantidade de comida que ingerem. Mas o que isso tem a ver com o governo? Diretamente nada, mas a analogia serve como uma luva, porque o apetite arrecadatório do governo também precisa ser controlado.
A administração pública custa muito a todos nós. A carga tributária bruta chegou a 33,71% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, ou seja, metade de tudo o que produzimos vai para o governo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a dívida bruta brasileira fechará 2023 em 88,4% do PIB. Segundo a instituição, ela chegará a 96,2% em 2028.
Além de pagarmos caro, o retorno que recebemos pelos nossos impostos é ruim. De acordo com a 11a edição do Índice de Retorno de Bem-estar à Sociedade, o Brasil é o pior país na destinação dos impostos para o bem-estar da população.
“(…) o governo precisa controlar seu apetite insaciável, cortando gastos, reduzindo privilégios e diminuindo a máquina pública.”
Atualmente, o governo utiliza, principalmente, duas maneiras de financiar seus gastos: a arrecadação de impostos e a emissão de dívida – ambas retiram o dinheiro da sociedade e atrapalham o ambiente de negócios.
O aumento da carga tributária faz com que nossos bens e serviços percam a competitividade frente aos produzi dos em outros lugares do mundo. Já na emissão de dívida, o problema mais imediato é que, quando o governo capta dinheiro por meio de empréstimos, ele reduz o investimento nas empresas ou em novos empreendimentos, pois, para os investidores, é mais seguro investir em títulos do governo.
Logo, a analogia do remédio Ozempic aqui faz todo o sentido, porque o governo precisa controlar seu apetite insaciável, cortando gastos, reduzindo privilégios e diminuindo a máquina pública. Qualquer coisa diferente disso é permanecer jogando o início da dieta para a segunda-feira seguinte.