A infraestrutura como legado
A infraestrutura é, possivelmente, o maior legado que Ratinho Júnior deixará após duas gestões no Palácio Iguaçu. Ela é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do Estado.
O volume de recursos investidos é robusto. A cifra direcionada às grandes obras em quase 8 anos ultrapassa R$ 130 bilhões. Desde a campanha de 2018, Ratinho Júnior exaltava a localização estratégica do Paraná — “no miolo de 70% do PIB da América do Sul, o que favorece a criação de hub logístico”, repetia.
Próximo do fim deste ciclo, Ratinho Júnior talvez tenha a Ponte de Guaratuba como sua “menina dos olhos”. Prevista na Constituição do Estado do Paraná, a ligação terrestre entre Matinhos e Guaratuba nunca tinha saído do papel. O ferry boat navegava sozinho, literalmente.
O atual governo teve a coragem de colocar o dedo nesta ferida e a previsão de entrega é para 2026, com um custo de cerca de R$ 500 milhões. A balsa será aposentada, mas ainda servirá para transportar os mais saudosistas. Falando em ponte, e a Integração, hein? A segunda ligação do país com o Paraguai está pronta, mas seus acessos, não.
Voltando ao Litoral, o governo quer criar um complexo rodoviário, uma nova rota de acesso ao Porto de Paranaguá, superando a dependência da BR-277. A ideia é ligar a BR-116 e a BR-376, através da Estrada da Limeira, passando por Morretes e Antonina, conectando-as à BR-101, em Garuva, Santa Catarina.
O que já saiu do papel foram as concessões rodoviárias, com mais de 3 mil km de extensão e investimento superior a R$ 100 bilhões. A tão sonhada duplicação integral da BR-277, principal corredor do Paraná, que liga Foz do Iguaçu ao Porto de Paranaguá, parece, enfim, que irá sair do papel — depois de muitas promessas.
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De acordo com o secretário de Infraestrutura do Paraná, Sandro Alex, o Estado lidera, em âmbito nacional, o maior programa de rodovias em concreto. “Atualmente, 500 km estão sendo construídos utilizando essa tecnologia”.
A terceira pista do Aeroporto Afonso Pena é mais um passo na ideia de um hub internacional, conectando Curitiba diretamente com a Europa e os Estados Unidos ao viabilizar voos sem restrições. O Voe Paraná até decolou, mas o projeto encontra resistência para manter a viabilidade.
No âmbito portuário, o projeto do terceiro Porto foi, recentemente, liberado pela Justiça e comemorado. Atualmente, uma das maiores obras portuárias públicas do país, o Moegão, está em andamento. A chegada ferroviária, com o objetivo de aumentar o transporte de carga pelas ferrovias para o Porto, representa um investimento superior a R$ 500 milhões. O acesso ao canal, que em breve será leiloado, projetará o porto para uma capacidade de 100 milhões de toneladas.
Certamente, este cardápio de realizações na infraestrutura do Paraná será apresentado aos brasileiros num futuro projeto presidencial de Ratinho Júnior.
*Matéria originalmente publicada na edição #303 da TOPVIEW.