PODER PERSONALIDADES

Fazer o bem sem olhar a quem

Luciana Saito Massa, primeira-dama do estado do Paraná, abre as portas do Palácio Iguaçu para uma conversa sobre ações sociais e família

São nos tempos difíceis que percebemos quem são os grandes líderes, as pessoas que, mesmo nas piores adversidades, não deixaram de lado seus deveres e suas responsabilidades com o bem maior. Uma das personalidades de destaque deste ano foi – e continua sendo – Luciana Saito Massa. Casada com o governador do Paraná, Ratinho Junior, a primeira-dama do estado enfrentou a tarefa de ser presidente do Conselho de Ação Solidária em meio à maior crise sanitária do século XXI.

Em uma conversa descontraída, Luciana me recebeu na sede do governo para falar sobre esse momento e como foi equilibrar as funções sociais com a sua vida familiar.

Luciana, como é ser mãe de três filhos e primeira-dama e atuar na linha de frente da Superintendência de Ação Solidária, tudo isso em meio à uma pandemia?

A pandemia chegou sem avisar ninguém. Eu sempre digo que não estávamos preparados para nada. A minha filha de 18 anos estava em uma vida social de adolescente, saindo, se divertindo. A de 13 anos estava na pré-adolescência e ficou com o tempo muito ocioso, por não ter atividades. E para o Carlinhos, de 7 anos, foi uma época bem complicada, porque pegamos o período de alfabetização dele, uma fase em que ele precisa muito de um educador ao seu lado. Então, foi muito difícil, pois sei o quanto sou exigente! Tive que parar, respirar e perceber que não sou só eu que estou passando por esse momento. Todas as crianças, todas as mães estão.

Passamos por vários momentos difíceis nessa pandemia, mas nós tivemos um grande aprendizado em valorizar os momentos em família, os educadores e os professores. Às vezes, é preciso sentir para realmente valorizar. No fim, consegui uma forma de enxergar o processo. Foi muito difícil, mas tivemos que ter força. Em 2019, quando meu marido tornou-se governador, eu já estava vivendo uma fase em que meus filhos estavam ficando independentes. E pensei: se for para fazer algo, quero fazer para realmente ajudar na gestão dele. Fui entendendo melhor as responsabilidades e resolvemos criar a Superintendência de Ação Solidária. Em 2020, vimos que a necessidade era mais urgente do que nunca. Foi de um dia para o outro que começamos a Cesta Solidária, pois a fome não espera. Depois, focamos o Aquece Paraná, campanha voltada para a doação de roupas no inverno e atende ao estado todo.

A pandemia deixou várias sequelas, mas contei muito com a ajuda de todos os servidores, secretários e, claro, da sociedade. Todas essas ações tiveram sucesso porque eu busco fazer uma mobilização interna muito grande, sempre com o objetivo de atender ao máximo de municípios.

Nosso estado é muito solidário. É preciso continuar inovando sempre e envolver as pessoas nos projetos, fazer com que elas se sintam parte das ações. Se sair daqui amanhã, saio muito realizada. Por exemplo, mês passado, tive a oportunidade de rodar pelo estado com o Paraná Rosa e digo que quem ajuda recebe em troca uma sensação de gratidão inigualável.

Queria que você deixasse uma mensagem de esperança para o futuro depois de tudo isso que passamos.

Todos devem vivenciar a sensação de ajudar o próximo. Tenha um olhar para o coletivo. A pandemia ainda não acabou e – temos que manter esse olhar de compaixão, empatia com o próximo. Muitas famílias ainda estão passando necessidade e precisam de oportunidades e dignidade. A ajuda não deve acontecer só na pandemia – isso tem que ser diariamente. Você não leva só a sua doação, você leva carinho e amor. É muito maior.

*Matéria originalmente publicada na edição #256 da revista TOPVIEW. 

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