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Adeus ao vampiro de Curitiba: Dalton Trevisan morre aos 99 anos

O escritor, conhecido por sua reclusão e pela obra marcada pelo olhar afiado sobre a sociedade curitibana, deixa um legado literário inestimável

Morreu nesta terça-feira (10), aos 99 anos, o escritor Dalton Trevisan, um dos maiores nomes da literatura brasileira. Recluso e avesso à vida pública, Trevisan deixa um vasto legado literário, marcado por sua capacidade única de retratar a vida urbana, especialmente de Curitiba, cidade que foi cenário e personagem de grande parte de sua obra.

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A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. O escritor, que vivia há anos longe dos holofotes, é autor de clássicos como O Vampiro de Curitiba (1965) e A Polaquinha (1985). Trevisan recebeu diversos prêmios ao longo de sua trajetória, incluindo o Camões, o mais importante da língua portuguesa, em 2012.

Sua escrita, reconhecida pelo estilo conciso e por histórias que capturam a complexidade das relações humanas, conquistou leitores e críticos em todo o mundo.

A história de um recluso genial

Nascido em Curitiba, em 14 de junho de 1925, Dalton Jérson Trevisan formou-se em Direito, mas foi na literatura que encontrou sua verdadeira vocação. Desde jovem, demonstrava interesse pelas histórias do cotidiano, que transformava em narrativas densas, muitas vezes carregadas de ironia e crítica social.

Apesar de ser um dos autores mais premiados do Brasil, Trevisan manteve-se longe da mídia e recusava entrevistas e aparições públicas. Sua figura misteriosa rendeu o apelido de “vampiro”, reforçado pelo título de sua obra mais conhecida, O Vampiro de Curitiba.

Com livros publicados ao longo de mais de seis décadas, Trevisan imortalizou personagens e cenários da capital paranaense, elevando o cotidiano ao status de arte. Sua ausência será sentida, mas suas histórias continuarão a ecoar por gerações.

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