PODER

Para os universitários: veja dicas para se planejar financeiramente durante a graduação

Especialista da Provi explica como estudantes podem organizar as contas para concluir o curso sem ter problemas financeiros

Diante de inúmeras dificuldades que a pandemia da Covid-19 vem causando, os vestibulandos têm enfrentado alguns desafios. Desde o isolamento social, que os obrigou a adotar uma rotina de aulas e estudos remotos, até adiamento do Enem, ainda sem data para acontecer. Porém “passar” não é o único desafio destes estudantes. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Lobo em 2016, o número dos  que abandonam os estudos por problemas financeiros já beira os 30%. Ana Baraldi, diretora de inovação da Provi, plataforma que tem o objetivo de simplificar o crédito educacional do Brasil, dá dicas de como organizar as contas para se planejar financeiramente até a conclusão do curso.

“A maior parte do conteúdo de finanças é desenvolvido para quem já tem uma renda e normalmente não é feito para quem está estudando. Alguns tipos de gastos são bem específicos desse período da vida, desde o próprio gasto com o ensino, até livros, moradia, computador, algum equipamento específico da profissão etc. Provavelmente, são realidades que não se enquadram nas regras prontas de quanto gastar e poupar que muitos especialistas em finanças trazem”, explica Ana.

Perfil dos estudantes

Os universitários brasileiros podem ser divididos em dois grandes grupos: os que podem apenas estudar e os que já trabalham desde o começo da faculdade. Segundo estudo do DataPopular, 70% dos universitários conciliam estudos e trabalho desde o começo do curso. isto é, alguns estudantes já começam a faculdade com uma renda e outros ainda não. Neste cenário torna-se essencial falar de planejamento financeiro no momento de escolha de qual curso fazer, onde fazer, quanto de dinheiro será necessário, se terá ajuda de familiares, bolsas de estudo, entre outras coisas.

Como fazer o planejamento?

O começo é muito parecido com um planejamento financeiro tradicional: entender as entradas e as saídas. Se estamos considerando o momento da tomada de decisão de começar um curso novo, é super importante conversar com quem já está dentro do curso para entender desde valores básicos como o preço do café na cantina, até carga de textos e livros que podem implicar em novos gastos. Conhecer a realidade antes de entrar nela permite um planejamento mais coerente com o que será encontrado. 

E se essa dinâmica mudar no  decorrer do curso?

É importante levar em conta como o perfil dos gastos e de entrada de recursos que podem mudar ao longo da graduação: Imprevistos com ajuda familiar, perda de renda para cumprir estágios não remunerados, materiais mais caros. Em alguns cursos, os gastos são mais intensos no começo da faculdade, como Odontologia e toda a aquisição de equipamentos necessária para realizar os estudos, outros a possibilidade de conseguir um estágio remunerado na área são mais remotas nos primeiros anos, como para alunos de Engenharia.

Em alguns ainda, quanto mais perto de se formar você está, maiores são os seus gastos. É o caso dos alunos de Medicina que vem os seus custos aumentarem durante o internato, desde os valores para as provas de residência até o acompanhamento de cirurgias em horários que não existe transporte público funcionando. “Com isso torna-se muito importante revisitar o planejamento de tempos em tempos. Criar esse hábito de ver e rever o orçamento é uma habilidade que se conquistada desde cedo na vida só tende a ter bons frutos no futuro”, afirma Ana.

Tenha calma e encare os desafios

A vida universitária já tem diversos desafios: novas pessoas, ambiente diferente, escolher qual será o próximo passo no mercado de trabalho, carga horária de atividades complementares, etc. A falta de planejamento financeiro pode ser um desses desafios se não for levado em conta no momento da decisão. “Olhar para a questão financeira como um quesito decisor na hora de definir o próximo passo profissional pode evitar que lá na frente uma má decisão resulte em uma desistência do curso”, finaliza Ana.

Deixe um comentário