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Papo final: Jana Santos

É uma das líderes do movimento Fechados pela Vida

Jana Santos é mulher LGBTQIA+, feminista, ativista de direitos humanos, publicitária com mestrado em Comunicação e Linguagens, sócia-criadora do Cosmos G/astrobar, bar de coquetaria autoral e gastronomia andina-asiática. É uma das líderes do Fechados pela Vida, movimento de 200 pequenos comércios engajados em promover medidas eficazes de combate à pandemia e de apoio aos pequenos negócios.

Uma lembrança da infância?
Meus avós vieram da roça. Eles são descendentes indiretos de italianos e a minha vó faz, desde sempre, um macarrão caseiro, rústico, com uma massa larga cortada na ponta da faca. Todo domingo, ela fazia esse macarrão e uma carne de panela. Era uma delícia. Essa memória me mostra como a comida é uma coisa carinhosa e transmite amor mesmo.

Uma curiosidade sobre você?
Para mim, é um processo de evolução pessoal conseguir manifestar as coisas nas quais eu acredito e ter uma voz ativa não só dentro da minha empresa, mas também fora. É algo muito novo para mim e que estou desenvolvendo com o tempo.

Atitude mais admirável que testemunhou recentemente?
Uma das coisas mais admiráveis que eu presenciei nos últimos meses foi a história do restaurante Alecrim, que fechou as portas e fez uma semana de despedida para os amigos e os clientes. Além disso, eles doaram todos os equipamentos de cozinha para um projeto que vai ensinar saberes básicos a haitianos refugiados.

Último presente que se deu?
Acho que o último presente que eu me dei foi me permitir uns dias de folga. Nesse ritmo em que a gente está trabalhando na pandemia para tentar se reinventar e achar uma saída, fazemos 10 ou 12 horas durante sete dias na semana. Me cobro muito no sentido de fazer muitas coisas, mas também entendo que, se eu não parar em algum momento, não vou conseguir fazer tudo o que quero do melhor jeito possível.

Se o dia tivesse 27 horas, como usaria essas três horas extras?
Eu usaria o tempo extra para cuidar um pouco mais de mim, fazer uma meditação, me autocentrar em quem eu sou e naquilo em que eu acredito. No dia a dia, nessa correria, nós acabamos deixando a nossa saúde em segundo plano, porque o trabalho e os nossos projetos são prioridade, mas o nosso bem-estar também é uma prioridade.

Se não fosse você, quem gostaria de ser?
Eu gostaria de ser a Manu Buffara. Eu sou muito fã do trabalho dela e acredito muito no que ela faz em relação ao consumo local e à sustentabilidade.

Qual é a primeira coisa você que gostaria de fazer no pós-pandemia?
Quero fazer uma baita festa. Estou sentindo muita falta de poder conversar com os clientes – que nós chamamos de amigos.

*Matéria originalmente publicada na edição #242 da revista TOPVIEW.

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