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Papo Final: Emanuel Rego

Ex-jogador brasileiro de vôlei de praia. Competiu em cinco Jogos Olímpicos seguidos, formando dupla com o jogador Ricardo em duas delas e com Alison Cerutti na última

Tri-medalhista olímpico no vôlei de praia, o atleta curitibano é o jogador com mais títulos na história da modalidade, com 155 medalhas de ouro. Desde 2016, está no Hall da Fama Internacional de Voleibol como homenagem à sua carreira no esporte. A seguir, ele fala sobre sua rotina e suas descobertas ao longo do último ano.


Uma lembrança da infância?

Uma fase excelente da minha infância, aos 12 anos, nas férias de verão, em que eu e minha família passávamos três meses na praia de Guaratuba (PR). Nessa época, pegava onda de Morey-Boogie pela manhã e, à tarde, jogava vôlei e futebol de areia. Tempo maravilhoso, poucas preocupações e muita diversão. 

Uma curiosidade sobre você?

Sou tranquilo e calmo, mas adoro aventuras de adrenalina. Sou fã de montanha-russa e kart.   

Atitude mais admirável que testemunhou recentemente?

A presença e o trabalho árduo dos profissionais de saúde neste momento de pandemia. Heróis silenciosos, que arriscam sua própria saúde e de seus familiares para salvar outras vidas. Profissionais que seguem o juramento de salvar vidas com valentia. Pessoas altruístas que resgatam pacientes dos piores sintomas. Salvas de palmas em pé para eles.

Como você avalia o esporte curitibano atualmente?

Curitiba sempre foi um pólo de formação de atletas. Existem clubes fortes que trabalham desde a iniciação até o alto rendimento nos esportes. Vejo investimentos nos clubes para fomentar o esporte, a exemplo da natação no Clube Curitibano e no Clube Santa Mônica, tênis no Country Clube e voleibol no Círculo Militar e no Curitibano. Temos uma boa estrutura esportiva.

Último presente que se deu?

Um aparelho de leitura de e-books (Kindle). 

Se o dia tivesse 27 horas, como usaria essas três horas extras?

Sinto falta de tempo para me dedicar mais à leitura. Com a rotina de trabalho, familiar e gestão pessoal, falta esse tempo de crescimento por meio dos livros. Tenho uma rotina de 40 minutos diários de leitura, poderia ser mais.

Defina sua profissão em uma frase.

Ser atleta é buscar a excelência em todos os aspectos da vida. Ser gestor esportivo é explorar caminhos para lapidar talentos e trazer satisfação para as pessoas. 

Algo inusitado que recomenda que todos façam uma vez na vida?

Visitar o Japão, conhecer a cultura, ver como os jovens japoneses têm a responsabilidade de levar os menores para a escola, o respeito ao próximo nos meios de transporte coletivo e aos mais idosos, a alimentação balanceada, a valorização dos profissionais de educação, o bom funcionamento do trânsito. Um aprendizado de vida único.

Uma mudança importante na sua personalidade no último ano?

2020 foi importante para eu rever a minha missão de pai. Revigorei a relação com os meus dois filhos: o Lukas, de 10 anos, e o Mateus, de 23. Com o mais velho, realizamos planos estratégicos de carreira e possibilidades de futuro. Já com o mais novo, foi estar presente nas aulas online, ajudá-lo a se concentrar neste novo modelo de ensino. Foi difícil para mim e para ele, mas o saldo foi super positivo. Acredito que pratiquei a função “Coach Dad”. Pratiquei a empatia e a construção de planos de ação.

Se não fosse você, quem gostaria de ser?

Gostaria de ter me dedicado ao ramo de saúde, meu sonho era ser pediatra. Cuidar das crianças, protegê-las das enfermidades. Na minha visão, as crianças não podiam ficar doentes, porque são o nosso futuro. Tive uma infância fantástica que me deu todas as possibilidades de sucesso na fase adulta. Agradeço aos meus pais pela construção da minha personalidade.

Qual a primeira coisa que gostaria de fazer no pós-pandemia?

Acompanhar os esportes de forma presencial, visitar meus familiares e me dedicar às visitas aos projetos sociais de esporte de forma motivacional.

Quem o inspira atualmente?

Minha esposa me inspira de forma natural já que fez escolhas difíceis na profissão. Depois de ser uma atleta medalhista olímpica, foi gestora de uma equipe profissional de vôlei. Partiu para a gestão pública e renovou o esporte no Distrito Federal. Hoje, defende pautas importantes no Congresso Nacional. Além de todas estas missões, é uma excelente mãe, tão eficiente que gostaria de ser filho dela.

*Conteúdo originalmente publicado na edição #247 da revista TOPVIEW.

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