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O home office veio para nos salvar?

Não parece ser tão simples assim. 2 anos depois de estarmos em casa aprendendo com isso, o que as empresas precisam discutir para que todos saiam ganhando?

Segundo a Agência Brasil, em 2020 46% das empresas adotaram durante a pandemia o regime de trabalho remoto total, o chamado “home office“. Em 2021, o Ipea levantou que 17,4% dos rendimentos dos brasileiros vieram de trabalhos realizados de maneira remota. Uma outra pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA) mostra que 78% dos brasileiros querem manter a rotina de trabalho em casa pós-pandemia e 81% acreditam que sua produtividade aumentou nesse modelo. Ao passo em que 45% dizem que trabalham mais de 45 horas por semana e 23% afirmam que trabalham entre 49 e 70 horas semanais. Isso se reflete nos dados do Ministério do Trabalho e Previdência, que mostram que os afastamentos de trabalho por transtornos mentais e comportamentais aumentaram bastante no Brasil nos últimos anos.

Sem dúvida o trabalho remoto, o “home office“, trouxe um novo cenário de muitas vantagens: não gastamos tanto tempo nos deslocamentos de casa para o trabalho, convivemos mais com nossas famílias, podemos contratar pessoas de outras cidades e ser contratados por empresas de qualquer lugar do mundo, etcetera.


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(Foto: reprodução)

Mas já existem movimentos e manifestações de pessoas que se mostram cansadas e com vidas incompatíveis com os modelos de trabalho remoto. Em artigo recente na edição sobre o futuro do trabalho da revista do The New York Times, a fotógrafa Hannah Whitaker mostra imagens de pais e mães exaustos durante reuniões online e que contam suas histórias. As fotos (acima) foram motivo de polêmica em post recente em que as compartilhei.


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(Foto: reprodução)

Convidei Tadeu Ferreira, CEO da Aprimorha, uma das principais consultorias de recolocação da América Latina, para contar sua experiência. Em 2021 ele decidiu, junto com as demais lideranças da empresa, fechar seus escritórios, mantendo apenas uma base para eventuais necessidades de encontros presenciais. Ele nos deu sua visão sobre o assunto:

Tadeu, por que decidiram fechar os escritórios da empresa?

Os funcionários e líderes entenderam que melhora seu desempenho e todos ganham qualidade de vida. Além de que mais de 90% dos nossos atendimentos são online.

Quais as vantagens de ter um escritório físico menor?

Temos hoje um “ponto de encontro” com café, água, Internet… Uma estrutura física adequada para trabalhar bem caso precise sair de casa ou encontrar o seu time ou com clientes.

Quais as desvantagens de não ter mais escritórios com todos na mesma sala?

Perder um pouco da cultura da empresa e talvez perder o entendimento do outro como colega, a criação de laços além do trabalho. Para evitar isso, criamos a rotina de reuniões, que seriam online, presencialmente 1 vez por mês. Nosso endomarketing criou um clube de convênios e organizou a logística de encontros presenciais em restaurantes que sejam perto das casas das pessoas e assim elas podem almoçar ou tomar um café juntos periodicamente.


Interessante ler e perceber que até uma adaptação para um modelo muito vantajoso na maioria dos casos pode ter problemas e as empresas precisam discutir esses pontos para que todos saiam de fato ganhando qualidade de vida e produtividade.

E você? O que acha dos modelos remoto e híbrido?

Deixe seu comentário. Obrigado pela leitura e até a próxima!

Sobre o colunista 

Diego Godoy é headhunter e sócio da RecrutamentoFacil.com. Trabalhou em empresas multinacionais do segmento de serviços profissionais como PwC, Michael Page e Walt Disney Company. Também é fundador do Projeto Um Por Cento, reconhecido como iniciativa oficial pelo ACNUR e que trabalha na recolocação de refugiados no mercado de trabalho do Brasil. Foi eleito pelo LinkedIn um dos “Top Voices” em 2021.

(Foto: acervo pessoal)

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