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Um encontro com o Brasil

Nomes históricos ligados ao PSDB defendem que é hora do país virar a página da polarização política de uma vez por todas

O ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, Pimenta da Veiga, e o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo estiveram em Curitiba especialmente para o lançamento do livro e do documentário em homenagem a Mário Petrelli, fundador do Grupo Ric. Eles conversaram, com exclusividade nesta coluna, sobre os rumos políticos do Brasil.

O país ainda está polarizado?

Eduardo Azeredo: Vivemos um processo de polarização que nunca aconteceu. Dois lados opostos e radicalizados. Nós tínhamos uma oposição ao PT que dava para conversar. Hoje não. E, dentro dessas pautas conectadas a esses polos, há a possibilidade de que essas federações, fusões e configurações também possam levar a essa visão de centro para as próximas eleições. Esse é o nosso desejo. É uma necessidade que o Brasil se encontre.

Pimenta da Veiga: O país está radicalizado. A convergência é o que pode fazer com que o Brasil encontre rumo e possa crescer. O que está faltando é um conjunto de ideias que possa abrir esperanças para os brasileiros, com alguém que supere divergências ideológicas.

E a condução de Lula à frente da Presidência da República?

Eduardo Azeredo: Tínhamos a expectativa de que o presidente Lula lançasse pontes. Infelizmente, não aconteceu. O presidente tem uma visão, nesse seu terceiro governo, muito apartada, uma visão um pouco mais rancorosa, digamos assim. Por outro lado, Bolsonaro também insiste reagindo contra a questão de que houve uma ruptura, uma preparação para uma rebelião. Não vou chamar de golpe, mas uma rebelião contra o resultado das eleições. Nós vivemos um prolongamento dessa crise.

Pimenta da Veiga: A polarização vai tentar dar destaque a assuntos que não são problemas verdadeiros. Isso interessa aos que querem polarizar e tem dois grandes beneficiários: Lula e Bolsonaro. Espero que agora o Brasil possa ver um novo cenário.

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A terceira via terá cenário favorável nas eleições de 2026?

Eduardo Azeredo: Esse seria um momento diferente das eleições anteriores. O centro é o caminho que nós temos para um governo mais produtivo. O próprio governador Ratinho aparece bem, o governador Eduardo Leite, o governador Tarcísio… agora, precisariam se unir. Eu prefiro a opção de união do que deixar para se unir só no segundo turno.
Pimenta da Veiga: Na eleição passada, houve a opção pelo o que o eleitor considerou menos negativo. O eleito não foi eleito pelas suas qualidades, mas pelos defeitos de seu opositor. Espero que em 2026 surja um candidato que apresente um conjunto de ideias novas, atuais e modernas. O governador de São Paulo seria um nome com apoio, mas tenho para mim que, por várias razões, não será candidato.

Rafaela Moron e Pimenta da Veiga. (Foto: divulgação)

E quero aproveitar, porque estou no Paraná, para dizer que um nome que pode empolgar o Brasil é o do governador Ratinho, porque ele terá um governo exitoso no Paraná, tanto que aqui tem uma larga aprovação. Agora, é preciso ver o que os brasileiros querem e se ele vai apresentar um conjunto de ideias para esse momento.

*Matéria originalmente publicada na edição 301 da TOPVIEW.

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