Portinari, Aleijadinho, Poty e a arte da gestão
Talvez influenciados pelas cores vibrantes da natureza e pelas formas exuberantes, o brasileiro tem um jeito único e alegre, que não encontramos facilmente em outras partes do mundo. Mesmo sendo alemão, sinto-me constantemente inspirado pelos elementos que fazem deste país um lugar apaixonante. A paixão em tudo o que é feito e o sorriso no rosto são uma constante que parece estar no DNA – e essa linha suave que se forma no rosto deixa tudo mais leve.
Essa leveza, intuição e arte devem fazer cada vez mais parte da gestão de uma empresa. Em muitas companhias, já se nota que o gestor tem deixado a rigidez de lado e incorporado as múltiplas formas de ver o mundo, tão presentes nos grandes artistas e em suas tomadas de decisões. Tanto quanto o conhecimento adquirido nos anos acadêmicos, a intuição e a sutileza de perceber as diferenças entre os profissionais da equipe é fundamental para criar algo novo e único, especialmente fomentar a paixão pelo trabalho e pelo propósito.
Assim como Candido Portinari misturava elementos inusitados, como cobalto, estanho e cobre ao pigmento de tinta, para conseguir retratar as belezas do país com cores únicas, o gestor necessita da constante interação entre equipe, fornecedores, clientes e parceiros para entregar algo personalizado e humanizado. Um líder deve sempre ser guiado pelo direcionamento estratégico e tem a oportunidade de entender cada membro do seu time como um componente dessa grande e bela obra de arte.
Não podemos deixar de lado a persistência, tão presente na vida e obra do escultor Aleijadinho, e, ainda, a sensibilidade do paranaense Poty Lazzarotto, que permitia mudar o traçado em seus painéis e suas ilustrações de acordo com as experiências de vida.
Sendo a empatia o fator comum entre os artistas, as empresas também entendem que existem muitas formas de expressar e de se comunicar, mas o mais importante é que as trocas sejam sempre abertas, honestas e sem rodeios.
Assim como as obras de arte que admiramos, as empresas são sistemas abertos e devem ser maleáveis e adaptáveis às mudanças e transformações. Transforme a palavra “crise”, tão comum no vocabulário nos últimos anos, em “crie”. Inspire-se nos grandes artistas e obras para inspirar sua equipe.
3 obras para entender a arte da gestão
A Arte da Guerra
Sun Tzu
O Gestor Eficaz
Peter Drucker
Os Cinco Desafios das Equipes
Patrick Lencioni
*Matéria originalmente publicada na edição #259 da revista TOPVIEW.