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O líder na disputa pelo governo do Paraná

Sergio Moro é apontado como líder na disputa pelo governo no estado em 2026

Pesquisas dos mais diferentes institutos colocam Sergio Moro como líder na disputa pelo governo do estado em 2026. Com mais de um ano até o pleito e uma instabilidade partidária provocada pela recém-constituída federação União Progressista, o ex-juiz da Lava Jato prefere deixar a decisão para o fim do ano. Em entrevista exclusiva à TOPVIEW, Moro se posicionou sobre temas palpitantes do noticiário.

O senhor será candidato ao governo do Estado em 2026?

Tratar das eleições do governo de 2026 não é a pauta do momento. Meu foco é o Senado, temos projetos importantes. Faço oposição ao governo federal, que é muito ruim, e estamos buscando construir pautas positivas, especialmente na área da segurança. Agora, no próximo ano ou talvez até o final deste, vou tomar a decisão se concorro ou não ao governo estadual.

O que precisa melhorar no Paraná?

O Paraná tem um setor privado pujante que fez com que o PIB seja atualmente o quarto do país. O estado precisa ser líder do IDH no país e pode avançar mais em educação, saúde e desenvolvimento econômico. Na segurança, o Paraná está bem melhor do que a média do país, mas tem os piores indicadores dos estados do Sul e também perde para São Paulo.

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O senhor é à favor da instalação da CPMI para apurar o escândalo do INSS?

Sou a favor e assinei o pedido de instalação. Esse escândalo foi um grande roubo contra os aposentados. No início do governo Lula, houve um salto gigantesco do desconto desses beneficiários e sem a autorização deles, como apontam as investigações. É o governo do PT se superando.

Esse escândalo pode se tornar maior do que a Lava Jato?

A gente chegou a pensar que o Mensalão era o maior caso de corrupção do governo do PT, depois, veio o Petrolão e, agora, esse roubo no INSS. O desmantelamento do sistema de prevenção e combate à corrupção ocorrido nesse governo acabou aumentando a ousadia dos criminosos. Outro debate é a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. Eu sou a favor da anistia e, se o projeto for colocado, devo votar favoravelmente. É claro que invasões e destruição de patrimônio público são reprováveis. Mas pessoas estão sendo punidas com rigor excessivo. Não tem como justificar que aquela moça, Débora Rodrigues, que pintou com batom a frase ‘Perdeu, mané’ na estátua em frente à Corte, tenha sido condenada a 14 anos de prisão.

O STF exagerou?

Eu, como juiz, sempre fui rigorosíssimo, mas jamais aplicaria penas como essas do Supremo, que errou muito a mão nesses julgamentos. Há uma desconfiança sobre o sistema de justiça e o STF deveria fazer uma revisão de determinados posicionamentos, como essas penas excessivas e anulações injustificáveis das condenações da Lava Jato. Davi Alcolumbre pediu sua ajuda no texto alternativo ao projeto da anistia… O projeto de redução das penas ainda é só uma hipótese e só terá lugar caso o projeto da anistia, que é preferencial, não seja pautado.

Isso não pode criar um problema com os bolsonaristas que não querem texto alternativo?

Não, porque defendo também a anistia. Aliás, estive na manifestação recente na Avenida Paulista, nenhum outro senador paranaense ou potencial candidato ao governo do Paraná esteve lá.

*Matéria originalmente publicada na edição 301 da TOPVIEW.

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