ARTIGO | A importância das suas histórias pessoais na construção da sua marca profissional
Por: Dimitri Vieira
No posicionamento e construção de uma marca pessoal, é bem comum surgirem dúvidas sobre como separar a vida profissional e a vida pessoal, e até que ponto faz sentido compartilhar vulnerabilidades e intimidades.
Parte dessas dúvidas nascem porque é comum uma transferência da abordagem clássica de construção de marca de empresas para pessoas. Apesar de algumas etapas fazerem sentido para os dois cenários, existe uma diferença muito grande também.
No caso de uma empresa, existem alguns atributos que precisam ser construídos de acordo com o que a marca deseja transmitir, como o tom de voz. No caso da marca pessoal, a maior parte dos atributos já existem e é uma questão de escavá-los e entender a melhor maneira para trazê-los à tona, porque será a partir desses atributos que a marca da pessoa se forma numa estratégia de posicionamento.
LEIA TAMBÉM: Sessa Marine International: estaleiro brasileiro compra empresa italiana
Nisso, a distinção entre vida pessoal e vida profissional pode se tornar um obstáculo. Claro que ninguém deveria se obrigar a compartilhar tudo o que vive nas redes sociais, mas, quando existem muitas restrições para separar a vida pessoal da profissional, a construção da marca costuma ser bem mais difícil.
Então, um bom ponto de partida é entender que você pode, sim, colocar limites no que deseja ou não compartilhar. Mas também é fundamental entender que não deve existir essa separação entre profissional e pessoal.
Um exemplo que gosto para facilitar o entendimento disso é pensar que você acabou de dar uma palestra e quer comemorar esse momento. Essa comemoração seria profissional ou pessoal? Difícil bater o martelo, não é?
Deixando essa separação de lado, vale reforçar que, em qualquer estratégia de construção de marca, uma das ferramentas mais importantes são as histórias.
Pode analisar: se uma empresa tem uma cultura forte e bem consolidada, pode ter certeza que seus colaboradores conhecem alguma, ou algumas, das principais histórias — seja da sua origem, dos fundadores, ou de alguns clientes e cases de sucesso famosos.
Agora, costuma ser bem mais difícil pensar e catalogar as principais narrativas de uma empresa do que as de uma pessoa. Se você fizer um exercício de pensar nas histórias e momentos mais importantes da sua vida, que você costuma contar com maior frequência e nos mais variados ambientes, tenho certeza que consegue listar várias em alguns minutos.
LEIA TAMBÉM: W Talks: nova edição exalta Casas Brasileiras
Se a cultura de uma empresa se fortalece dessa forma, o mesmo pode acontecer com sua marca. Quando as pessoas passam a conhecer e se lembrar de histórias específicas que você viveu, pode ter certeza que seu impacto e alcance foram bem longe.
Algumas narrativas que você pode explorar nessa estratégia são:
Viradas de chave
Esse é o exemplo mais clássico e que costuma aparecer com alguns nomes variados (ponto de virada, incidente incitante), e a ideia é captar momentos específicos que marcaram sua vida de uma forma que, depois deles, sua percepção sobre algo mudou drasticamente. Esse tipo de história costuma chamar a atenção de várias pessoas que se identificam e também de pessoas que podem se atentar a essa percepção graças ao seu relato.
Demonstrações de suas Crenças e Valores
Crenças e Valores são alguns dos atributos mais importantes de uma marca, pessoal ou empresarial, e um detalhe importante é que, por mais que você anuncie e grite para o mundo que você acredita em algo específico, nada será mais convincente e marcante que mostrar aquilo na prática a partir de experiências que você viveu, ou está vivendo.
LEIA TAMBÉM: #FreshAir: Bravo inova e lança apartamentos com sistema de renovação do ar
Histórias importantes na sua vida (não apenas profissional)
No fundo, você não precisa se preocupar tanto com o efeito que contar uma história vai proporcionar na sua audiência. Porque, se algo foi importante para você a ponto de você se orgulhar de contar, tem uma chance gigantesca disso fazer sentido para outras pessoas e acabar marcando-as de alguma maneira. Uma das maiores belezas do storytelling é que nem tudo precisa ser tão racional assim.
Além de narrativas pessoais, você pode até mesmo trabalhar com histórias relacionadas às suas principais referências e símbolos para associá-las à sua marca.
Por exemplo, se você se inspira muito em algum autor específico, ou autora específica, faz total sentido citar essa referência e de tempos em tempos. Aos poucos, o próprio nome dessa pessoa acaba se tornando algo que ajuda sua audiência a se lembrar de você.
Todas essas histórias, inclusive, podem ser revisitadas e recontadas de tempos em tempos.
No longo prazo, elas ajudam a fortalecer a imagem que as pessoas formam de você e, com o tempo, essa imagem se torna sua marca pessoal.