A importância de antecipar tendências
A tendência de interconexão de mercados entre nações segue avançando, devido às inovações tecnológicas. Ocorre que, muitas vezes, a imersão no cotidiano das operações dos negócios e na política interna acaba distraindo os empresários desse contexto, fazendo com que eles esqueçam de olhar a “big picture”, o que é imprescindível para a definição de estratégias locais.
LEIA TAMBÉM: Sua empresa está preparada para comprar e vender fora do Brasil?
No WTC, nós ajudamos os associados a melhorar a competitividade localmente, mas também trazemos sempre a importância de entender mais profundamente o que acontece na macroeconomia e na geopolítica mundial.
Entendemos ser vital esse acompanhamento, para que possamos tentar prever seus reflexos nos nossos negócios.
Guerras, eleições, acordos financeiros entre países, mudanças de tributos, entre inúmeros outros fatores, afetam muito a economia brasileira. Por isso, no WTC, estamos sempre estudando cenários e reunindo experts para compreender as mudanças externas e as necessidades de adaptação e reação internas.
Recentemente, participei da conferência do JP Morgan, em São Paulo, que discutiu as oportunidades de negócios no Brasil e como navegar pelas ambiguidades do mercado. O evento contou com mais de 30 painéis de especialistas nacionais e internacionais, abordando desde as especificidades econômicas até as dinâmicas geopolíticas globais.
Essa troca de conhecimento é fundamental para que possamos entender as mudanças que se desenham para 2025.
O evento deu um “sacode” nos participantes para a necessidade de o Brasil (e os brasileiros) olhar um pouco mais para o que está acontecendo no mundo.
O país, como economia emergente, está diretamente ligado às flutuações internacionais. A nova presidência dos EUA, por exemplo, terá impactos diretos sobre a política interna brasileira e sobre os fluxos de investimento estrangeiro.
As movimentações relacionadas à eleição de Trump, ou mesmo à “trumpulência”, como alguns analistas chamam, trazem novas sinalizações que repercutem em todo o mercado. A geopolítica mundial, como os confrontos no Oriente Médio ou a guerra na Ucrânia, continua afetando diretamente o mercado, incluindo os custos de produção e os preços das commodities.
Em um cenário em que a economia planetária está em constante transformação, é vital o entendimento das tendências de câmbio e suas implicações. O dólar, por exemplo, não afeta apenas as empresas que realizam comércio exterior, mas todos os setores da economia. A variação do câmbio impacta os custos de produção, a inflação e, consequentemente, o poder de compra da população. Para as empresas que desejam prosperar, é fundamental antecipar esses movimentos e preparar seus negócios para as flutuações cambiais.
A reconfiguração da economia na América Latina também traz novas oportunidades, que exigem uma visão estratégica de longo prazo.
Nesse contexto, grandes consultorias, como KPMG, PwC, Deloitte e Accenture, já publicaram seus relatórios de perspectivas econômicas. Esses estudos são fundamentais para que possamos enxergar além das nossas limitações locais e tomar decisões informadas. As análises ajudam a mapear os planos de risco e a traçar estratégias de mitigação, garantindo que as empresas possam tomar decisões bem fundamentadas.
Tudo o que acontece fora de nossas fronteiras ajuda a antecipar oportunidades e riscos, para podermos nos adaptar às nossas próprias mudanças. Para além de nossas empresas e da política local, o WTC está olhando para o mundo, a fim de ajustar as estratégias aos fluxos das relações internacionais.
O futuro está sendo moldado por aqueles que, em vez de apenas reagir, preparam-se para se antecipar e se posicionar estrategicamente diante do desconhecido.
*Matéria originalmente publicada na edição #296 da TOPVIEW