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A comunicação regional tem muito a crescer!

A experiência na NAB Show 2024 mostrou os caminhos para desenvolvimento do setor

Estive em Las Vegas para a 60ª edição da NAB Show 2024. Organizada pela Associação Nacional de Radiodifusores dos Estados Unidos, a maior feira do setor no mundo reuniu mais de 100 mil pessoas e teve como tema “O Futuro da Mídia”. O evento nunca decepciona e dessa vez não foi diferente: pude ver uma boa amostra de tudo o que está sendo desenvolvido e testado em tecnologias, como a TV 3.0, além de tendências em rádio, televisão, streaming e produção de conteúdo. Além disso, a IA Generativa estava presente nas palestras e nos sistemas apresentados nos estandes.

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Leonardo Petrelli (Foto: arquivo pessoal)

Mais do que visitar a feira, porém, minha viagem foi marcada por encontros exclusivos com grandes empresários de algumas das maiores redes de radiodifusão dos Estados Unidos, cujos cases apontam para o fortalecimento da comunicação regionalizada. Uma percepção importantíssima para o Grupo Ric, que já é hoje o maior grupo de comunicação multiplataforma do Paraná e investe pesado para se tornar cada vez mais relevante, tanto na produção de conteúdo quanto na geração de negócios por meio da publicidade.

Nestes encontros, estive inicialmente com dois grandes empresários que representam gigantescos conglomerados regionais norte-americanos de comunicação, reunindo mais de 300 emissoras de TV cada um, incluindo o Weather Channel. São eles Byrol Allen, presidente e CEO da Allen Media Group (allenmedia.tv), e Chris Ripley, do grupo Sinclair (sbgi.net).

Estes dois executivos mostraram o quanto tem sido robusto o crescimento dos grupos regionais, por meio do fortalecimento e da integração de emissoras afiliadas a diversas bandeiras espalhadas pelo país . Eles apostam em notícias, programas e produtos, que são produzidos e compartilhados em vários estados. Além das alianças com as grandes redes nacionais, usam suas faixas de horário locais para construir relevância junto à audiência. São cases de sucesso que apontam caminhos para o Brasil.

(Foto: arquivo pessoal)

Também ouvi da experiência de Frank Cicha, vice-presidente das estações de televisão Fox (foxcorporation.com/businesses/fox-television-stations/), e Shannon Coggins, a vice-presidente do grupo Hearst (hearst.com), sobre a força da produção regional de programas focados em trânsito, em meteorologia, em jornalismo investigativo e cobertura factual. 

Nessas reuniões a portas fechadas, pude conhecer ainda o case do Grupo de Mídia Cox (cmg.com/). Seu presidente executivo Steve Pruett contou sobre sua “neighborhood tv”, tendência de TV de vizinhança que tem crescido de forma expressiva nos Estados Unidos. 

Outra experiência marcante foi o relato de Adriane Roark, presidente da CBS News e CBS Media Ventures (paramount.com/brand/cbs-television-stations), ao mostrar o quanto o fortalecimento e união das afiliadas da CBS têm dado destaque às emissoras regionais e aumentado a audiência de toda a rede. A cobertura da queda da ponte em Baltimore, recentemente, transformou-se num case premiado ao reunir esforços de reportagem de todas as afiliadas e entregar o mais completo registro do acidente. 

(Foto: arquivo pessoal)

Na área de Inteligência Artificial, Mike Palmer, da Sinclair, e Kurt Rao, da Tegna (tegna.com), mostraram que os dois grandes grupos estão fazendo uso de uma série de ferramentas de IA. Eles apresentaram dados bastante expressivos sobre ganhos de produtividade, otimização de rotinas e inclusive de redução de custos, na faixa de 20 a 25%.

Por fim, outro momento relevante foi saber de Chris Ripley e de Pat LaPlatney, presidente da TV Gray (gray.tv), como a IA e as novas tecnologias de TV 3.0 vão proporcionar a medição de audiências complementares, somando o público que vem também das redes sociais. Esse é um dado de extrema importância para o mercado publicitário programar suas campanhas.

É sempre um desafio fazer um resumo de uma imersão profunda, mas trago de Las Vegas esses inspirações para a nossa própria jornada: o grande crescimento da radiodifusão regional em audiência e fidelização; o foco no jornalismo regional com muito serviço e análise dos fatos; e a contribuição da IA e da TV Conectada para aferirmos com fidelidade toda a força da nossa audiência, na TV e no digital.

*Matéria originalmente publicada na edição #288 da TOPVIEW.

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