O mundo fashion no mercado financeiro
Quando pensamos ao pé da letra, o mundo da moda e o do mercado financeiro parecem não ter nada a ver um com o outro, não é mesmo? A verdade é que existem diversas opções e oportunidades de investimentos em empresas de consumo e varejo, como em qualquer outro setor da economia. Então, para você que gosta do mundo da moda e por cuja cabeça nunca passou a ideia de que poderia investir em empresas com as quais se identifica, a resposta é que isso é possível e você pode.
Mas como faço para escolher e investir na empresa certa, visando a um ganho potencial? Bom, procurar a ajuda de um especialista é primordial. Entretanto, nada impede que você mesmo estude por conta própria e chegue a uma conclusão. Para fazer isso, é necessário acompanhar as tendências globais do setor, analisar quem são os principais players e escolher a melhor opção entre eles. Normalmente, a escolha é feita baseada em quem você supõe que irá performar melhor frente a essas tendências. No entanto, quais são as tendências do segmento da moda?
As tecnologias mudam constantemente, assim como o olhar do consumidor. É durante essas mudanças que surgem inovações e percebemos oportunidades de negócios – o que é essencial para prosperar no mundo dos investimentos. De acordo com o relatório The State of Fashion, 2019 é o ano em que as empresas do ramo devem assumir uma posição ativa, em que produtividade e resiliência são o começo das transformações – mas não o que vai garantir um crescimento financeiro.
A moda por si própria é um ecossistema, em que se faz necessário explorar cada fragmento. Assim como os indicadores econômicos e as forças políticas desestabilizadoras, esse mercado está cauteloso. A tendência de desaceleração global faz com que as marcas se tornem cada vez mais prudentes – investindo em tecnologia e em inteligência artificial, por exemplo. Países emergentes, como a Índia, têm se fortalecido na indústria da moda, com o número de consumidores crescendo exponencialmente e com um setor de manufatura aquecido. Sendo assim, para outros países – como o Brasil –, é essencial que as marcas redobrem os esforços, afim de não perderem seus consumidores para o mercado internacional.
Empresas que ainda não fazem o uso da internet, do e-commerce principalmente, correm grande risco de serem extintas – perdendo mercado e novas oportunidades de negócio. Durante a crise que passamos, vimos que brechós, aluguéis e reparos ganharam cada vez mais visibilidade. Portanto, é necessário que as companhias encontrem um meio de adentrar nesses segmentos e acessar aqueles que preferem esse estilo de compras.
O mundo da moda também é um instrumento de expressão para causas sociais, como feminismo e sustentabilidade. Sendo assim, é bastante comum que a busca por representação e defesa de causas sociais tenha um reflexo no segmento de vestuário, atraindo o olhar da nova geração para as marcas, uma vez que os consumidores tendem a recompensar as empresas que adotam postura frente a certos acontecimentos e coisas.
Os modelos mais tradicionais de negócio passam por um momento de transformação, visto que os consumidores estão cada vez mais em busca de empresas que sigam por caminhos diferenciados e que criem experiências também diferenciadas. Sendo assim, as empresas que mais tendem a prosperar com essas tendências são as que estão constantemente investindo em tecnologia, inteligência artificial e criação, para melhorar a experiência do seu consumidor em todos os sentidos. Consegue pensar em marcas assim? Tenho certeza de que sim. Já imaginou que talvez existam oportunidades de investir nessas empresas?
Por Bruno Rosenmann, sócio-proprietário da Allez Invest.
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