Loja de chás e infusões de Curitiba mantém expansão de franquias durante crise
Na esteira das incertezas causadas pela pandemia, empresárias curitibanas decidiram buscar o caminho inverso da contenção. Juliana Treis, sócia-proprietária da Chá&Arte juntamente com a sua mãe, Mariza Treis, optaram por manter os planos de expansão da franquia ao abrirem a sexta loja em Curitiba e a primeira em São Paulo, mesmo durante a crise. Apesar de pouco tempo da inauguração, as empreendedoras já contabilizam um retorno positivo e apostam em um cenário ainda melhor para os próximos meses.
Uma pesquisa realizada pela ABF (Associação Brasileira de Franchising) revelou que 33,6% dos entrevistados previam manter ou ampliar os esforços para expansão de negócios até o final do primeiro trimestre de 2020, mesmo com a crise causada pelo coronavirus. De acordo com a consultora de negócios do Sebrae/PR, Walderes Bello, o planejamento de médio e longo prazo além do acompanhamento constante das ações favorecem a decisão de expandir os negócios mesmo durante a pandemia.
“A expansão está ligada diretamente ao planejamento e controle – saber onde se quer chegar e como chegar é fundamental. É necessário observar com atenção as oportunidades do mercado que surgem numa crise e avaliar os recursos disponíveis, sejam tecnológicos, financeiros e/ou humanos. Além disso, é preciso criar estratégias que mirem mercados de forma a atender novas necessidades e se diferenciar da concorrência”, comenta.
Juliana conta que a inauguração da nova loja em Curitiba ocorreu apenas uma semana antes do Decreto governamental que determinava a alteração no horário de funcionamento do comércio. Em São Paulo, a inauguração precisou ser adiada para o início de junho, pelo momento que a cidade passava. Nos dois casos, a palavra-chave foi confiança para que dias melhores chegassem. E eles vieram.
“Temos notado um crescimento maior que o esperado. As pessoas estão buscando o chá para ter uma vida mais calma e com menos ansiedade. Notamos um retorno ao natural, em busca de uma vida mais simples, plena e equilibrada. As lojas de bairro tiveram um aumento, em média, de 25 a 30%. Acreditamos que isso se deve também ao home office, porque as pessoas ficam concentradas em casa e começam a frequentar as lojas da sua região”, analisa a empresária.
O primeiro franqueado da Chá&Arte em São Paulo, Thiago Coppola, comenta que as motivações para manter a abertura da loja foram a confiança no planejamento de mercado realizado e no modelo de negócio proposto. O empresário acredita que é uma fase econômica difícil para os brasileiros, mas que é possível passar por ela com otimismo.
“Sabemos que será um momento de readequação dos negócios a uma nova realidade. Teremos que trabalhar o marketing digital, o delivery e outras novas formas de atrair nossos potenciais clientes. É importante também adaptar o planejamento de médio e longo prazo à nova condição e evitar correr riscos desnecessários”, diz Coppola.
Juliana acrescenta que ela e a mãe aproveitam o momento para aprimorar a estruturação dos processos do sistema de gestão para a abertura de novas lojas. Para o ano que vem, ela projeta a inauguração de mais três unidades nas regiões sul e sudeste do Brasil, completando a meta estipulada por ela de 10 lojas até 2020 e de crescimento exponencial para 100 unidades.
“Empreendedorismo, para mim, é alinhar o seu propósito com a sua vida profissional. Para ser empreendedor, você precisa engajar pessoas em busca de melhores resultados e focar na experiência. Ser empreendedor não é fácil e as dificuldades são inúmeras, mas a recompensa é infinita. Se tivesse que escolher de novo, com certeza escolheria o mesmo caminho”, relata.