Papo Final com Jorge Brand, o Goura
Uma lembrança de infância?
A nogueira que ficava no jardim de infância, ali do lado de onde hoje tem o Memorial Árabe. Ela continua lá, gigante! Quando eu era criança, a gente coletava os frutos de pecan caídos no chão e gastava um bom tempo abrindo as cascas e comendo.
Quem o inspira atualmente?
Já há alguns anos, o pensador Ivan Illich, autor de muitos livros, como Sociedade Desescolarizada e A Convivialidade, tem sido uma inspiração constante pelas reflexões radicais que propõe. De um modo geral, todos aqueles que buscam uma sociedade mais fraterna e justa, que saem do comodismo para pensar no bem-estar coletivo, me inspiram!
Uma habilidade sua pouco conhecida?
Tive bandas de punk e hardcore até os 24 anos. Fazia letras, melodias, tocava guitarra e gritava!
E outra curiosidade sobre você?
Gosto de mexer as coisas de lugar e preencher as paredes com arte!
Atitude mais admirável que testemunhou recentemente?
A construção coletiva e comunitária da Horta do Jacu, no Bom Retiro.
Restaurante favorito?
Comida árabe é sempre uma ótima pedida! Baba Salim, Libaneza e Armazém Califórnia são três ótimos locais no Centro de Curitiba!
Livro de cabeceira e banda no repeat?
Um livro sobre o artista Hundertwasser, Assim Falou Zaratustra, do Nietzsche, e O Povo Brasileiro, do Darcy Ribeiro. No repeat, Andrew Bird, Desmond Dekker e Trombone de Frutas!
Filme que mais o empolgou recentemente e série que não consegue parar de ver?
O Cidadão Ilustre, filme argentino, tem na Netflix. Recomendo! Estou devagar nas séries.
Último mimo que se concedeu?
Comprei um sapato da GASP, produto artesanal, local, made in Curitiba!
Se o dia tivesse 27 horas, como usaria essas três horas extras?
Um pouco mais de yoga e de tempo com as minhas meninas, Sofia e Tulasi!
Uma lei que mudaria?
Na contramão do nosso atual congresso e governo federal, faria a proibição do amplo uso de agrotóxicos, buscando, gradualmente, uma agricultura sustentável e ecológica. Também considero importante a descriminalização das drogas! O Brasil precisa avançar em uma política mais progressista, a exemplo de Portugal, Canadá e Uruguai. Precisamos agir com urgência nessa temática pelo impacto social e na segurança pública que resultará disso.
O que está fazendo para cuidar da saúde?
Caminhando e usando a bicicleta como meio de transporte sempre que possível, subindo mais escadas e deixando o elevador de lado, cuidando da alimentação, praticando yoga e voltando à natação.
Uma mudança importante na sua personalidade no último ano?
Tive que aprender a lidar com a dimensão pública de uma personalidade política, entender como agir dentro do legislativo municipal.
Última descoberta gastronômica?
Restaurante Annapurna Inn, de comida indiana, ali no Ahú!
Sonho de consumo?
Tornar Curitiba referência na mobilidade ativa, com calçadas acessíveis e ciclovias seguras, conectando toda a cidade!
O que espera de 2018?
Este já é um ano intenso, de muitos desafios. Espero que, nas próximas eleições, os brasileiros tenham muita consciência e que possamos construir um país mais tolerante e justo, sem lugar para os discursos de ódio e violência.
*Entrevista originalmente publicada na edição 213 da revista TOPVIEW.