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Invista como uma mulher

Apesar da menor inserção no mercado financeiro mundial, estudos comprovam que mulheres têm características que favorecem a capacidade de investimento

As mulheres brasileiras conquistaram o direito ao ensino superior em 1879, o direito ao voto em 1932, o direito a trabalhar sem autorização do marido em 1943, o direito a portar um CPF e conta bancária separada do marido em 1962. Não é difícil entender por que as mulheres são minoria no mercado financeiro, seja como profissionais da área ou como investidoras.

As mulheres são, hoje, cerca de 22% dos investidores da B3, maior bolsa de valores do Brasil, 29% dos investidores do Tesouro Direto, 35% dos funcionários de bancos de investimento, 10% dos profissionais certificados pelo CFA (Chartered Financial Analyst, maior credencial conferida aos profissionais do mercado financeiro mundial) e 23% dos profissionais certificados pelo CFP (Certified Financial Planner).

Nos EUA, maior mercado financeiro mundial, aproximadamente 26 mil dos 31 mil profissionais regulados para dar conselhos sobre finanças são homens. 98% dos gestores de fundos e praticamente todos os cargos de alta direção nos bancos são ocupados por homens.

Mas isso está para mudar e é apenas uma questão de tempo. Segundo o IBGE, dados de março de 2018 mostram que a média de escolaridade das brasileiras e sua carga horária trabalhada são maiores que as dos brasileiros. Com o aumento do interesse pelo mercado financeiro, as salas de aula das principais universidades que oferecem cursos voltados para o tema em diversas esferas – graduação, pós-graduação, MBA, mestrado e doutorado – registram a presença de um número cada vez maior de alunas – mais de 30% são mulheres – em busca de novos conhecimentos e atualização. “Elas são curiosas, gostam de debates e não levam dúvidas para casa”, destaca o professor Ricardo Rocha, do Insper.

Não apenas isso, mas, segundo o professor, as mulheres possuem características fundamentais que favorecem sua atuação no mercado financeiro: “Elas são mais analíticas, menos explosivas e têm maior capacidade de solução de conflitos e de aglutinar decisões.”

O crescimento da participação feminina no mercado incentivou grandes centros de pesquisas ao redor do mundo a realizar estudos focados no tema. Um dos que teve maior destaque nos últimos anos foi publicado pela Warwick Business School, de Londres. O objetivo do estudo foi observar hábitos de homens e mulheres que negociam ações e fundos.

E aqui chegamos à parte mais interessante: o resultado foi uma surra expressiva! Enquanto os homens fizeram uma média de retorno 0,14% acima do principal índice de referência, as mulheres alcançaram 1,94%. Colocando esses números em perspectiva de longo prazo, caso o índice crescesse 5% ao ano na média, com R$ 1.000,00 investidos por mês, os homens têm um retorno esperado de R$180.000,00 ao longo de 20 anos, enquanto as mulheres veriam lucros de R$ 280.000,00.

Mas o que os homens estão fazendo errado? Ou melhor, o que as mulheres estão fazendo certo?

Uma das diferenças está no tipo de ativos escolhidos. Homens tendem a assumir riscos maiores no intuito de obter ganhos mais expressivos, porém, quando o investimento dá errado, têm dificuldade em cortar as perdas e partir para a próxima oportunidade. Mulheres, por sua vez, são rápidas em reconhecer o erro e alterar sua posição.

O maior diferencial, no entanto, está na visão de longo prazo. Mulheres são mais pacientes em momentos de volatilidade do mercado, não compram e vendem ativos com tanta frequência e escutam o conselho de profissionais da área.

Independentemente da batalha de sexos na indústria financeira, a falta de mulheres no mercado não se dá porque homens são melhores. Quando analisamos os números, isso ocorre porque poucas mulheres investem – e nada além disso.

Neste mês das mulheres, nós, da Allez Invest, gostaríamos de demonstrar nosso apreço e admiração por todas vocês! Estamos de portas abertas para ajudá-las e esperamos ver cada vez mais a participação feminina no mundo dos investimentos.

*Texto escrito por Renan Hamilko Barbosa, sócio-proprietário da Allez Invest.

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