PODER

Investidora-anjo

A investidora-anjo, advogada e também embaixadora de negócios da TOPVIEW, Bethânia Gilsoul, destaca-se em apenas 12% dos investimentos-anjo sendo de mulheres

Alcançando 16 Startups em seu portfólio em 2020, entrevistamos a Embaixadora de Negócios TOPVIEW Bethânia Gilsoul, que entra para o hall das grandes Investidoras-anjo mulheres do país. Ela conta tudo sobre essa modalidade de investimento e como ingressar nesse mercado impulsionado pela Pandemia.

As mulheres estão se destacando em vários cenários. É um dos movimentos que trouxe para olharmos em 2020, acelerados com a pandemia: o Women Power. A investidora-anjo, advogada e também embaixadora de negócios da TOPVIEW, Bethânia Gilsoul, destaca-se em apenas 12% dos investimentos-anjo sendo de mulheres. As informações sobre um tipo de investimento diferente como esse serve para encorajar mais mulheres a investir em Startups. Infelizmente, em nossa cultura, as mulheres não conseguem se enxergar como investidoras, por mais que tenham recursos financeiros disponíveis.

Com auxílio do grupo MIA – Mulheres Investidoras Anjos e da entidade Anjos do Brasil surgiu o conhecimento necessário para o fomento e incentivo ao ecossistema de empreendedorismo e inovação, e mulheres tem se destacado. A inspiração e ensinamentos veio da também advogada e empresária Camila Farani, mulher com investimentos em mais de 30 startups, que encabeça o ranking das investidoras-anjo.
Para crescer, as Startups contam com diversos tipos de investimentos. Entre eles está o investidor(a)-anjo, que entra com o objetivo de alavancar os negócios na sua fase inicial.

O investidor(a)-anjo é conhecido não só por trazer ajuda financeira, como também conhecimento. Diferente das aceleradoras ou incubadoras, os investidores-anjo são geralmente pessoas físicas que aplicam o próprio patrimônio em empresas de alto potencial de retorno, trazendo também seus ensinamentos e rede de contatos para auxiliar os negócios. Esse tipo de assistência também é conhecido como Smart Money.

Crescimento na contramão da crise
Apesar do momento crítico em que o mundo está inserido em função da pandemia do Coronavírus, os investimentos em Startup estão a todo vapor, é o que mostram os dados do mercado de Venture Capital (VC) no Brasil.

As Startups possuem negócios mais resilientes em momentos de incerteza e ativos de capital intangível tendem a apresentar performance melhor em momentos de crise. Elas também já estavam adaptadas a trabalhar em home office e com pessoal reduzido. São negócios de alta aderência e performance, com crescimento exponencial, entre outras características. Com a infinidade de problemas que estamos tendo que enfrentar neste período de pandemia mundial, não param de surgir soluções voltadas ao combate a crise e à covid-19. Os investidores entendem que a crise logo vai passar e aproveitam esse momento para boas oportunidades.

Um dos principais fatores atrativos para a prática de investimento-anjo é a Lei Complementar 155/2016, publicada no dia 28 de outubro de 2016. A norma diz que o investidor-anjo não pode ser considerado sócio, em nenhuma hipótese, e não poderá responder por nenhuma dívida da empresa. Ou seja, a lei protege o investidor(a)-anjo em relação a possíveis passivos que a startup possa ter.

Quais as vantagens de investir em Startups?
1. Potencial de lucro
Apesar do risco, o retorno financeiro costuma ser muito maior do que o capital investido ou do que qualquer outro ativo disponível no mercado financeiro.
2. Contato com a inovação
Umas das grandes vantagens é o contato com a vanguarda da inovação e o contato com pessoas criativas com resoluções para problemas reais. E a inserção no revigorante mundo sem pensamentos limitantes.
3. Alinhar investimento ao propósito
Apoiar o empreendedorismo e o crescimento de pessoas talentosas que acreditam no seu potencial e nas ideias.

O que é preciso para ser uma investidora-anjo?
O investimento varia entre 50 mil a 600 mil em geral. Não existe padrão ideal de aplicação, mas o ideal é que não comprometa 10% do seu patrimônio.

Quando uma Startup deve procurar um investidor(a)-anjo?
Na fase de validação, na qual a startup está provando ou já provou o seu modelo de negócio. No caso, ele(a) ajuda na concretização da startup e viabilização dela no mercado. Depois de um certo tempo, conforme o negócio se desenvolve, mais capital é necessário e mais investidores serão requisitados.

Quais os obstáculos que podem haver?
Antes é indicado participar de um grupo de investidores ou até mesmo investir com o auxílio de alguém mais experiente no mercado, e contar com uma boa capacitação e formação no assunto, entendendo todo o processo do investimento.

Quais os requisitos para conseguir um investidor?
Em primeiro lugar deve haver a solução para uma dor através de um modelo de negócio que seja escalável, ou seja, que possa ser replicado em qualquer lugar. Entender bem o mercado é essencial, pensando com a cabeça de investidor(a). Apesar de todo o cenário, se existe uma boa ideia e uma validação dessa ideia através do faturamento inicial, o investimento-anjo virá.

*Coluna escrita pela Embaixadora de Negócios Bethânia Gilsoul originalmente publicada na edição #238 da revista TOPVIEW.

Deixe um comentário