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Inovar para sobreviver

Confira a terceira e última parte da matéria principal na edição #240 da revista TOPVIEW

Depois de fechar a operação presencial do Cosmos G/astrobar, a primeira ideia de Jana foi transformar o negócio em delivery. Contudo, não demorou para perceber que não bastava migrar seu cardápio para o online. “É difícil saírem, nos aplicativos, os pratos que temos, que são muito autorais e experimentais, porque não há um garçom para explicar como é feito, tirar as dúvidas… ali, as pessoas estão condicionadas a comprar o que elas já conhecem”, reflete a sócia-criadora do bar.

No mês seguinte, o faturamento caiu 90%. Decidiram parar tudo e repensar qual era o melhor caminho a ser seguido. Só retomaram a operação dois meses depois, com um novo cardápio, pensado especificamente para o delivery, e lançaram uma linha  de drinks em lata. “Saímos do faturamento de 10% para 60%. Com bastante empenho, estamos conseguindo empatar as contas”, relata. As ações renderam: ganharam, também, o incentivo de US$ 1 mil do fundo Recovery Fund, criado pela organização 50 Best, que promove a mais conceituada premiação global do setor, para apoiar negócios no mundo todo.

Cosmos G/astrobar – menu do novo delivery (Foto: divulgação)

Em momentos sem precedentes como esse, cresce a necessidade de fazer adaptações e desenvolver novas soluções. A inovação e suas metodologias são grandes aliadas nesse processo. “Quem hoje abre os olhos para a inovação vai entrar muito mais preparado no pós-pandemia. Já vamos ter aprendido a aprender, expandido nosso cérebro”, defende Geovana Conti, fundadora da Youngers, um negócio que tem os lucros revertidos em ações sociais para geração de renda.

Cosmos G/astrobar – produtos novos (Foto: divulgação)

O cenário é complexo, em especial com a oficialização de que a economia brasileira entrou em recessão técnica. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma queda histórica de 9,7% no segundo trimestre do ano, em comparação com o primeiro, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim, Geovana reforça que, se um mercado está fechando, outro abre. O “pulo do gato” está em descobrir quais são os novos.

(Foto: Erik Mclean l Unsplash)

Foi o que fez a Escola Conquer, em 72 horas, após o início da pandemia no Brasil. Em três anos e meio, todos os cursos eram presenciais e a escola contava com 25 mil alunos. Com o isolamento social, passaram todos para o formato online. Em seis meses, os alunos já passavam de um milhão. “Conseguimos manter eles no online e proporcionar uma experiência bacana. A taxa de cancelamento foi de menos de 1%. A virada de chave foi criar dez cursos gravados, para gerar receita”, conta Hendel Favarin, cofundador da Conquer.

(Foto: Shutterstock)

Um deles era o de inteligência emocional, o mais buscado e mais vendido da escola. Decidiram liberá-lo de forma gratuita, já que todos estavam vivendo um estresse psicológico muito grande. Em duas semanas, o curso passou de 500 mil participantes, em 80 países. “Nossa bandeira é fazer a diferença na vida das pessoas por meio do conhecimento – e sabíamos que aquele era o momento de fazer essa diferença”, afirma Hendel. O planejamento rendeu uma colocação no ranking das 10 marcas mais lembradas pelos brasileiros durante a pandemia da Covid-19, realizado pelo Instituto Croma Insight em parceria com a Toluna.

(Foto: You X Ventures l Unsplash)

*Matéria originalmente publicada na edição #240 da revista TOPVIEW.

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