O que comem, onde e como vivem os homens que se vestem bem
Eles são jovens, urbanos e, independente do poder aquisitivo ou orientação sexual, têm muito bom gosto. Chamados Yummies – designação formada pelas palavras inglesas young (jovem) e urban males (urbanos do sexo masculino) – estes homens representam a evolução de dois antigos movimentos: os yuppies dos anos 1980 e os metrossexuais da década de 1990.
Caracterizados pelo alto consumo de segmentos até então predominantemente femininos, como moda e beleza, os novos homens diferem do público feminino em vários aspectos. A começar pelo autocontrole.
O empresário e economista Luiz Augusto Capaverde, por exemplo, espera até que as peças entrem em oferta para comprá-las. O mesmo faz o advogado Felipe Lorenci. “Renovo o guarda-roupa na medida em que vou encontrando promoções”, afirma.
Ainda assim, na hora de ir às compras, as mulheres são fundamentais. “Curiosamente sempre vou acompanhado de alguma mulher, confesso que preciso de uma opinião feminina, seja de uma amiga, namorada ou até mesmo da minha mãe. Não consigo comprar roupas sozinho”, admite o também advogado e professor universitário Carlos Miguel Villar.
Já o personal trainer Felipe Nagano analisa outras questões quando vai às compras. “Eu procuro uma peça que tenha muita durabilidade, não sou muito ligado à moda, uso o que me faz sentir bem, confortável”, defende. Pelo menos uma vez por mês ele compra uma peça diferente, e não abre mão dos conselhos da esposa. “Procuro ver o ponto de vista da mulher”, diz.
Capaverde é outro que não sai de casa se não estiver bem vestido. E o segredo, segundo ele, é justamente gastar pouco. “Boas marcas não significam necessariamente boas peças”, explica. Misturar peças básicas, até de fast fashions, com um blazer bem cortado ou um bom mocassim, já surtem um efeito bacana.
Além da coleção de ternos bem cortados de marcas famosas, Villar não vive sem camisas com colarinho firme, abotoaduras, gravata slim fit, seus 15 óculos de sol, relógios e um par de sapatos impecável. É este último, aliás, o melhor termômetro, segundo Lorenci, para saber se um homem se veste bem. “Um sapato bacana faz muita diferença”.
A camiseta polo é outro item que não pode faltar no closet dele. “É uma peça que vai bem em várias situações. De mais informal, com calça jeans, até em um momento mais formal”, ensina o advogado, que não é fã do terno no dia a dia. “Acaba se tornando um uniforme”.
Vaidosos também
Se no que diz respeito ao consumo os homens são mais comedidos, quando o assunto é vaidade eles estão quase em pé de igualdade. Segundo a Associação Brasileira de Clínicas e Spas, o homem já é responsável por 30% do movimento nos estabelecimentos do Brasil.
Para Nagano, nesse quesito as mulheres estão anos luz à frente dos homens. “A gente percebe que algumas marcas estão olhando mais para nós, mas o creme antirrugas masculino, por exemplo, é um só, enquanto para a mulher existem versões de todos os tipos”, exemplifica.
Da mesma forma, Villar não consegue encontrar tudo o que procura no mercado atual. “Uso uma cera para o cabelo que tenho que comprar pela internet” diz. E, além dela, na sua nécessaire não faltam spray finalizador e dois perfumes, um para o dia e outro para a noite. Aliás, o tamanho da nécessaire pode dizer muito sobre a sua vaidade. Já reparou na sua?