Henrique Meirelles: sonhos para superar desafios
Ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à Presidência pelo MDB, Henrique Meirelles esteve em Curitiba em maio, a convite do LIDE Paraná, para falar sobre o cenário econômico brasileiro de 2018. Em entrevista exclusiva à TOPVIEW, o executivo da área financeira, candidato de centro que, segundo o Datafolha de abril de 2018, não ultrapassava 2% das intenções de voto, fala sobre seu potencial de crescimento nas eleições e revela seu sonho atual e sua ideia de felicidade.
O senhor nos disse que tudo começa pela economia, e a sua fala reitera bastante a retomada do crescimento econômico pelo atual governo. Sendo assim, por que centro, governo e até mesmo o senhor têm dificuldade de ganhar musculatura para as próximas eleições?
Em primeiro lugar, o fator mais importante é que eu sou pouco conhecido. Apenas pouco acima de 20% da população brasileira já ouviu falar ou tem alguma noção de quem eu sou. Aqueles que de fato me conhecem formam uma porcentagem muito pequena – conhecem o meu histórico, o que eu fiz no exterior, no Brasil, no Banco Central e, agora, no governo Temer. Entre estes, a taxa de intenção de voto é altíssima. Então, eu acredito que, no momento em que nós tivermos a oportunidade de mostrar a toda a população o trabalho que fizemos a vida toda e a integridade pessoal, etc., que é hoje fundamental… Portanto, eu acho que as chances são muito elevadas – desde que eu possa levar meu histórico para a população.
Justamente, no evento do LIDE, o senhor tem um público especializado. Como o senhor pretende comunicar essas ideias e esses feitos ao restante da população?
É muito simples. A população é sábia e sente os efeitos das boas políticas e os efeitos das más. Como? Por meio do emprego. Ou desemprego. Por meio da renda. Da inflação. Por meio da qualidade de serviço, da educação. Da segurança pública. Tudo isso a população está sentindo na pele.
O senhor acredita, então, que a população está confiante a partir desses índices?
Desde o momento em que levar tudo isso ao conhecimento da população, acho que a reação é muito positiva.
Um possível slogan para a sua campanha é “quando o Brasil tem problemas, chama o Meirelles”. Essa responsabilidade não o assusta?
(Risos) Não, eu tenho um histórico de assumir responsabilidades pesadas. Por exemplo, quando fui convidado para ser o primeiro estrangeiro a assumir a presidência de um banco global nos EUA, foi um desafio enorme em todos os aspectos – linguístico, cultural, etc. Eu enfrentei isso com toda a serenidade. Foi um trabalho muito interessante. Voltei e entrei numa vida completamente nova: saí de Boston, de uma instituição global, e fui para Goiás me candidatar a deputado federal.
Que aspectos pessoais o senhor diria que ajudaram a superar esses desafios?
Primeiro, a questão de determinação, trabalho duro, árduo e ter uma visão – e mais do que isso: ter um sonho. A ideia que eu sempre tive foi perseguir um sonho. Hoje, o meu sonho é transformar o Brasil em uma nação desenvolvida de primeiro mundo, com a população tendo o padrão de vida que merece. Acho possível, basta adotar as políticas adequadas.
Por meio da presidência ou a vice também daria vazão a esse sonho?
Eu sou candidato a presidente.
Diversos veículos vêm escrevendo agora que o “Meirelles sorri muito mais” do que na época que estava na Fazenda. É verdade?
(Risos) Olha, é uma questão normal. Você reage em função da situação que está vivendo. Eu, como ministro da Fazenda, estava convivendo com problemas fiscais, financeiros, etc., e transmitindo uma mensagem de segurança à população, das finanças públicas. Agora, estou simplesmente reagindo naturalmente a uma coisa que eu gosto muito, que é o contato com as pessoas.
O senhor falou anteriormente em sonho. Qual é a sua ideia de felicidade?
É estar fazendo o bem e o que gosta e estar convivendo bem com as pessoas que ama, com as pessoas de que gosta. Essa é a ideia de felicidade.
*Matéria publicada originalmente na edição 212 da revista TOPVIEW.