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Flexibilização da quarentena é a melhor opção para a economia?

Economista explica que reabertura precisa respeitar uma série de parâmetros para não causar ainda mais prejuízo

A pandemia do novo coronavírus alterou o funcionamento de diversos setores. No momento em que as pessoas perderam a mobilidade em vários países do mundo, a atividade econômica despencou. Isso gerou consequências que despertaram o interesse de muitos grupos de retomar as atividades e, principalmente, reabrir o comércio. Mas, para essa ação funcionar é preciso cautela. Segundo Carlos Eduardo Gonçalves, economista do Por quê?, plataforma da BEI Educação, em primeiro lugar, é preciso ter ocorrido um bom isolamento para a pandemia ter uma progressão mais lenta. Sem isso, muitas pessoas precisarão de assistência médica ao mesmo tempo e o sistema de saúde não aguenta por falta de leitos e respiradores suficientes.

“Mas, de fato, alguma hora a sociedade precisa a voltar à alguma coisa parecida com a normalidade em termos de movimentação das pessoas”, diz Gonçalves. Muitos trabalhadores informais tiveram de parar completamente de trabalhar, ficando sem renda. E mesmo as pessoas que conseguiram seguir trabalhando de forma remota encararam mudanças em termos de produtividade. 

Mas, segundo o economista, a estratégia de reabertura deve ser inteligente. “É necessário desenho de política pública bem feito. A prioridade tem de ser a testagem rápida, o uso de máscara deve ser obrigatório em todos os ambientes, e deve ser possível realizar medições de temperatura antes de entrar em espaços específicos, como shopping, fábricas e empresas”, diz. Outra alternativa defendida pelo especialista para o mercado de trabalho é criar esquemas de revezamento de forma que os funcionários não trabalhem todos juntos nos mesmos ambientes a semana inteira.

“Assim poderemos, de fato, conciliar um pouco melhor. Se tivermos capacidade institucional e cultural de implementar uma volta ao trabalho rodeada por esses parâmetros, será possível recuperar um pouco a questão da atividade econômica para não deixar a pandemia tomar condições dantescas e com suas consequências danosas para a sociedade”, finaliza Gonçalves. 

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