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Startups de tecnologia e empreendimentos imobiliários arrojados são bons investimentos alternativos

Análise é dos empresários e especialistas em investimento Marcel Malczewiski,da TM3 Capital, e Renato Abissamra, da Spector Investimentos

Para quem procura investimentos alternativos no Brasil, indo além dos tradicionais fundos de renda fixa, duas boas indicações são startups de tecnologia e empreendimentos imobiliários arrojados, que apostam no movimento ESG com modelo de gestão e governança liderados pelas novas gerações. A análise é dos especialistas em investimentos Marcel Malczewski, CEO da TM3 Capital, e Renato Abissamra, sócio da Spectra Investimentos, convidados do primeiro Fórum do Investidor em 2024, realizado pelo World Trade Center (WTC) Curitiba para dezenas de convidados, na capital paranaense.

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Convidados (Foto: divulgação)

O evento proporcionou uma imersão no mercado brasileiro de investimentos alternativos, reunindo investidores e empresários no Business Club. As palestras, seguidas de coquetel e networking, integraram a agenda do WTC|Ric Business, parceria estratégica entre a associação que promove o ambiente de negócios WTC Curitiba e o Grupo Ric, maior grupo de comunicação multiplataforma do Paraná.

“Os investimentos promissores no Brasil têm sido feitos em algumas empresas e em startups. Investimos recentemente na Housi, de São Paulo, já bem conhecida, que trabalha com o mercado imobiliário e short stay, modelo de aluguéis de curta temporada. A Housi recentemente captou um aporte de R$ 45 milhões. O segundo caso é o investimento na fintech Asas, uma startup de Joinville (SC), de dois irmãos, que está valorizando muito. São dois investimentos na área de tecnologia, que é do meu interesse”, detalha Marcel, conhecido como “Senhor Startup”.

Renato e Marcel (Foto: divulgação)

O empresário fundou a Bematech, primeiro empreendimento da então recém-criada Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec), em 1989. Provedora de soluções completas de automação comercial e uma das marcas paranaenses mais conhecidas no Brasil, a Bematech fez seu IPO em 2007 e foi adquirida pela Totvs em 2015. Em 2011, Marcel fundou a TM3 Investimentos, especializada em venture capital.

“Também estamos olhando com muito cuidado para investimentos imobiliários. São investimentos com uma taxa de retorno acima da média de mercado. Estou falando de investimentos alternativos em empreendedores jovens, que têm empresas com viés de startup e boas políticas de gestão. Empreendimentos que zelam por uma arquitetura diferenciada, que estão mudando o perfil arquitetônico de cidades como Curitiba, na área residencial, tendo como objetivos o bem-estar e o movimento de ESG”, explica o investidor.

Oportunidades no Sul do Brasil

Renato Abissamra é sócio da Spectra Investimentos, gestora especializada em ativos financeiros nos mercados privados da América Latina, com um amplo portfólio que inclui os principais fundos de venture capital da região. Com mais de R$ 7 bilhões administrados, a Spectra fechou um acordo com a OutField Ventures, uma gestora focada em esportes, para ancorar seus fundos e se tornar sócia minoritária da firma.

“A Região Sul tem um histórico de empreendedorismo na veia, pessoas com muita garra, com um nível de formação interessante. É uma região onde as potências são enormes, porque no final das contas reúne bons empreendedores. É o que faz a diferença, e o Sul é cheio deles”, avalia Renato. 

Convidados (Foto: divulgação)

A visão é compartilhada por Marcel, que complementa que o modelo de gestão das empresas e o perfil do consumidor no Sul do Brasil estão mais próximos do modelo norte-americano e europeu. “Diferentemente de boa parte da América Latina, o Sul do Brasil tem uma característica de consumo e de gestão com pensamento de longo prazo, sustentabilidade, gestão mais firme e séria. Isso vale também para o consumidor. Uma experiência clássica no setor da energia, por exemplo, é de estados que têm problemas com "gato" e inadimplência no pagamento da conta de luz. O Paraná não tem esse tipo de problema: nosso consumidor paga suas contas em dia e, quando atrasa, paga com juros. Então vejo que o Sul em geral tem esse diferencial.”

Investimentos internacionais

Sustentabilidade, governança e preocupação social são pontos que cada vez mais permeiam os investimentos. “O investidor que não tem essa preocupação vai ter problemas no futuro para fazer captações. Então a gente percebe claramente, por exemplo, que se você for atrás de dinheiro em Washington, no Banco Mundial, não poderá propor um investimento se não houver a preocupação com ESG. E isso vem cadeia abaixo, vemos cada vez mais investidores, inclusive alternativos, se preocupando com o impacto que provocam na sociedade e no futuro do Brasil”, destaca Renato Abissamra.

Renato Abissamra (Foto: divulgação)

“O Brasil é um país que depende do investimento estrangeiro. Você pode ver pela Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. Quando você vê investidores entrando no país, a bolsa sobe. Somos altamente dependentes do investimento estrangeiro. E onde eles vêm investindo no Brasil? Temos setores clássicos como o de infraestrutura e energia, não só americanos, mas também chineses e europeus. E mais recentemente, vemos outro tipo de investidor, de risco e alternativa, que investe em rodadas de startups”, enfatizou Marcel.

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