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Design de entretenimento: conheça o conceito e o trabalho de profissionais que se destacam no mercado

O design de entretenimento, um conceito responsável por transformar a relação das pessoas com eventos, mas também com hotéis, restaurantes, museus, concertos, exposições e até com a própria cidade tem chamado a atenção das marcas que buscam se conectar com a sua audiência.

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O Stúdio Panda, por exemplo, utiliza a arquitetura, que neste caso é combinada com os princípios de publicidade, e leva em conta na concepção de um projeto o comportamento e as habilidades sociais do público em relação ao cenário objetivando que as emoções se transformem em espaços, seja ele físico ou virtual.

Na sociedade contemporânea – altamente influenciada pela televisão, cinema, streaming, redes sociais e novas mídias – o entretenimento é o ponto de virada para ganhar atenção, retenção e resposta a um determinado estímulo. E essa união de disciplinas, técnicas e conhecimento cria experiências que excitam a mente. Juntas, a exatidão arquitetônica e a emoção humana têm o poder de dar vida a uma história muito mais impactante e memorável.

E é à isso que alguns arquitetos do mundo inteiro, inclusive brasileiros, têm se dedicado e se destacado. Listamos abaixo seis referências no design de entretenimento para você acompanhar o trabalho de perto.

Guto Requena

(Foto: André Klotz)

Arquiteto e designer brasileiro, Guto Requena é formado em Arquitetura e Urbanismo pela USP.  Ele é uma referência na arquitetura de interiores, design de entretenimento e é premiado nacional e internacionalmente.

Atua nos ramos do design, da arquitetura e do urbanismo. Seus projetos são considerados revolucionários porque exploram as tecnologias digitais, sem esquecer da versatilidade e da identidade. Sempre muito atento às necessidades do homem moderno e as relações com sua casa.

O arquiteto também já participou como apresentador do programa “Nos trinques”, da GNT, como colunista da Folha de S. Paulo, como pesquisador do Nomads (Núcleo de Estudos de Habitares iInterativos) e como professor da escola Panamericana de Artes. 

Algumas de suas obras mais notáveis são:

  • Terminal 7 em Paris, França –  Uma grande escultura interativa que ocupa toda a pista de dança. 
  • Memorial COVID-19, Mobiliário Urbano e Aplicativo – A partir de um aplicativo, cada pessoa poderá prestar sua homenagem e criar uma borboleta simbolizando uma pessoa querida que faleceu vítima do Covid-19.

  • NOIZE CHAIR – Uma cadeira impressa em 3D criada pela mistura de paisagens sonoras coletadas nas ruas do Centro de São Paulo com a Giraffe Chair de Lina Bo Bardi.

  • NOIZE LIVE – Performance durante a São Paulo Design Week onde o processo da Noize Chair foi aberto ao público para criar ao vivo sua própria mini-noize Chair impressa em 3D.

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Marko Brajovic

(Foto: reprodução | Atelier Marko Brajovic)

Marko Brajovic é um arquiteto e designer croata naturalizado brasileiro, formado pela Universidade de Veneza (IUAV). Ele desenvolve projetos internacionais para grandes marcas. 

Seus projetos atuam em diversas frentes como arquitetura, cenografia, expografia, direção criativa, design de interiores e produtos. Sempre explorando diferentes áreas, formatos e estéticas que conectam o ser humano com a natureza por meio de uma arquitetura biomimética, imersiva, ancestral e futurista.

Em 2006, fundou o Atelier Marko Brajovic com sede em São Paulo para o desenvolvimento de seus projetos, além de pesquisas e desenvolvimento dos processos criativos. Ele é professor da Architectural Association Visiting School Amazon, onde leciona sobre a relação da natureza com a arquitetura. 

Algumas de suas obras mais famosas são:

  • Biblioteca Flutuante, Floresta Amazônica, Brasil – A infraestrutura simples abriga uma biblioteca com livros relacionados à preservação cultural e natural, ecologia, tratamento de resíduos sólidos e reciclagem no lago Mamori. 
  • Pavilhão Brasileiro na Expo Milão, Milão, Itália – O Pavilhão Brasileiro tinha como tema “Brasil: alimentando o mundo com soluções” e era composto por uma galeria com um túnel imersivo e um bloco fechado com exposições.

Irmãos Campana 

(Foto: Bob Wolfenson)

Humberto e Fernando Campana, um arquiteto formado pelo Unicentro Belas Artes de São Paulo e um advogado pela Universidade de São Paulo, são reconhecidos entre os principais nomes do design brasileiro e internacional. Infelizmente recentemente o Fernando faleceu, mas deixa um legado importantíssimo que é reconhecido tanto no Brasil quanto internacionalmente.

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Mesmo assim, os dois representam grandes ícones do design brasileiro. Muitas de suas obras fazem uma reinvenção do uso de elementos e objetos do cotidiano, transformando, assim, peças do dia a dia em móveis artísticos. Os irmãos sempre mantêm uma identidade cultural, exaltando a brasilidade e evitando clichês.

A dupla representa um dos poucos brasileiros com peças no acervo do MoMA em Nova Iorque. 

Algumas de suas obras de destaque são:

  • A Cadeira Vermelha – Um clássico do design feito com 300 metros de corda trançados manualmente. Foi a obra que lançou os Irmãos Campana no universo do design.
  • Cenografia da SPFW – Em 2013, os irmãos ficaram responsáveis pela cenografia da Temporada de Verão da São Paulo Fashion Week na Bienal no Parque Ibirapuera. Eles transformaram os ambientes em instalações de arte-design.
    Parceria com a Lacoste, em que assinaram uma linha exclusiva da marca, baseada na Poltrona Jacaré. Os designers recriaram a camisa polo mais tradicional da grife para a Holiday Collector’s Series.
  • Criaram um gabinete de viagem para a série Objetos Nômades da Louis Vuitton.

Deza Abdanur 

(Foto: reprodução)

Arquiteta e brasileira, Deza é sócia-fundadora do Studio Panda e da Alterego (2018-2020), coworking de empresas criativas no bairro de Pinheiros (SP) e sócia da Guilt. Apaixonada por design, cinema e artes, usa suas paixões para atuar no mercado de cenografia para eventos corporativos e virtuais há 15 anos.

Com escritórios em São Paulo e em Lyon, na França, trabalha com clientes de diferentes nichos utilizando de estratégias para tornar o cenário em um meio para que as emoções se transformem em espaços.

Graduada pela Universidade de Uberaba (2003), realizou seu trabalho de conclusão de curso sobre o comportamento social e a influência no design (avaliado por Varlete Benevente, professora da Universidade de São Paulo de São Carlos) e convidada para participar do estudo Nomads pela Universidade de São Paulo de São Carlos.

Suas obras focam no design de entretenimento e criam experiências sensoriais com base nos desejos, necessidades dos clientes e seus públicos de forma a materializar as marcas. É a união perfeita entre emoção e técnicas de arquitetura.

Além disso, palestrou sobre cenografia para cursos de arquitetura na Universidade de Uberaba (2018 e 2019), São Judas (2019) e Senac MG (2020) e teve participação em cursos de curta duração para ampliar conhecimentos em áreas diversas para aplicação prática em projetos: História da Arquitetura em Harvard; UX e UI na MasterTech; Metaverso/NFT e ESG na FIA.

As viagens funcionam também como fonte de conhecimento para absorver melhor tendências do design e experiências de marca. Desde as mais tradicionais, como CES em Las Vegas, Salone Del Mobile em Milão, Feira do Automóvel em Frankfurt e em Detroit, até estudos cenográficos em lugares em que a percepção é outra como Disney (maior e melhor referências de experiência de marca materializada até hoje), a própria cidade de Las Vegas (uma cidade cenográfica funcional), instalações em MoMa, Met, Tate Modern, restaurantes temáticos em Bangkok, exposição de luzes a céu aberto em Paris.

Trabalhos relevantes:

O briefing de GM no Lollapalozza sempre foi simples e direto: área voltada para ativações, selfies e mídias sociais. A intenção sempre foi atrair o público para a área dedicada ao Onix e fazer com que ele permaneça o maior tempo possível. Como?

Atrair através de luzes e dinamismo de conteúdo (gigantografias); um design atraente e diferente (a estranheza que agrada o olhar).

Depois de atrair, temos que criar soluções cenográficas para que o público interaja com as intervenções e ativações, além disso sempre criamos lounges para que o público conseguisse assistir ao show da área da GM, por causa da localização privilegiada.

Lançamento em Barcelona com muitas áreas instagramáveis. A solução cenográfica para um evento em um lugar histórico foi trabalhar com luzes. Transformar luzes em elementos cenográficos tridimensionais mostrou respeito ao entorno e valorizou o produto.

  • Bradesco CEO Forum – NYC (4 edições)

Evento corporativo de alto padrão para os maiores investidores no Bradesco. O evento anual acontece no Mandarim Oriental em NYC e seu maior objetivo é atualizar os investidores com conteúdos relevantes sobre o mercado e estimular networking e novos investimentos. O evento já recebeu Mike Bloomberg para palestrar para seus 150 convidados.

O perfil do cliente e de seus convidados é o tradicionalismo. A melhor forma de demonstrar que o mercado financeiro exala confiança e estabilidade é através da tradição. Por isso, o projeto cenográfico sempre explorou esse conceito. O uso do design cartesiano (linhas retas) e da madeira nos painéis do palco é para transmitir solidez e seriedade. A forma de iluminação cenográfica é sem modernização. Uma iluminação simples, eficaz e com cores quentes. Esse projeto é só mais um exemplo do como o design exprime sensações e como o conceito pode ser materializado em algo físico.

  • Netflix Stranger Stations – 2022

Na última temporada de Stranger Things todos os caminhos levam ao mundo invertido, então, fez um projeto de seu destino final; a Stranger Station, um takeover na estação Fradique Coutinho que recriou momentos icônicos da série, deixando um ambiente imersivo no mundo invertido.

Da primeira até a quarta temporada, diversas experiências estavam espalhadas pela estação, que foi desde a floresta invertida com o Demogorgon à clássica van capotada.

Multi Randolf

(Foto: Bia Ferrer)

Muti Randolph é um arquiteto, designer e artista plástico brasileiro. Estudou Comunicação Visual e Desenho Industrial na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

O carioca é muito conhecido pelos projetos de interiores, que misturam luzes (muitos LEDs), sons, artes gráficas e biologia de modo a criar uma arquitetura em fluxo. Seus projetos ganham movimento conforme a música do momento toca. Por isso, conquistou espaço em grandes eventos musicais e também da moda.

Suas obras são verdadeiras imersões sensoriais, nas quais teto, paredes e piso se confundem. Muti criou um software capaz de desenhar cores e luzes em tempo real e que proporciona a criação de instalações que são referência internacional.

Algumas de suas obras mais reconhecidas são:

  • Galeria Melissa Soho, Nova York, Estados Unidos – A instalação usa conceitos de arquitetura, design de interiores e vídeos para criar uma loja conceito da marca Melissa, que serve como ponto de encontro para jovens artistas locais.
  • D-Edge, Brasil – O clube de música eletrônica lançado em vários estados do país conta com decoração sofisticada feita pelo designer e cria a sinergia perfeita entre sonoridade e iluminação, gerando uma nova possibilidade de entretenimento. 

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