Religião, maternidade e nova emissora: os desafios na carreira de Adriana Birolli
Em 2009, não era difícil odiar Isabel, uma menina rica, esnobe, invejosa e mal-humorada que tinha como hobby maltratar as irmãs – a ingênua Mia e a paraplégica Luciana. Quem dava vida à vilã da novela Viver a Vida (Rede Globo), de Manoel Carlos, era Adriana Birolli Ferreira, a atriz que estampa esta entrevista. Sucesso de audiência, a trama virou todos os holofotes à jovem curitibana que, aos 22 anos, era considerada por muitos críticos a grande revelação da televisão brasileira naquele ano.
De lá pra cá, Adriana voou! Foram mais seis expressivos trabalhos na TV, peças de teatro, inúmeras indicações a prêmios e, há pouco mais de um ano, a grande reviravolta na carreira: contrato fechado com a RecordTV. No ar em Jesus, sua segunda novela na emissora – que estreou em julho – a atriz vive Cívia, esposa de um rebelde e mãe de dois meninos que é vendida como escrava. Um grande desafio para Adriana!
Nesta entrevista exclusiva, feita por telefone, a atriz (que vive no Rio de Janeiro) fala sobre a experiência de ser mãe na ficção, a mudança de emissora, conta como foi ser convidada para viver Cívia e revela seu restaurante preferido em Curitiba – cidade que ela faz questão de visitar frequentemente.
TOPVIEW: Onde você estava e o que estava fazendo quando foi convidada para viver a Cívia?
Adriana Birolli: Recebi o convite no meio da tarde. Eles me ligaram, passaram qual seria a personagem e tal. A gente começou a conversar pra começar já na semana seguinte a caracterização, o processo de preparação de elenco…
“O mais importante da minha personagem era contar a realidade das mulheres daquela época.”
TV: E como foi essa preparação? Teve algum tipo de imersão/laboratório?
AB: A gente fez a preparação todos juntos. Eu com a família da novela, o personagem do Isaque (Pedro Lamin) – meu marido -, os dois filhos, Barrabás (Luiz Eduardo Oliveira) e Simão (DJ Amorim).
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TV: Quais os desafios de interpretar um personagem biblíco?
AB: A minha personagem não existe. Ela é uma personagem fictícia. Toda a história de Barrabás não está contada na Bíblia. Então, eu não tinha essa responsabilidade de ser fiel à uma personagem já existente. E isso faz diferença. Eu acho que o mais importante da minha personagem era contar a realidade das mulheres daquela época.
TV: É mais difícil? Quais as diferenças entre essa personagem e a Lizabeta, por exemplo (papel anterior na novela Belaventura)?
AB: Eu acho que, bem por isso, por não ter essa responsabilidade de um personagem existente da Bíblia, acaba que a diferença entre os personagens são as épocas mesmo. As realidades de cada época.
“São públicos diferentes em cada emissora. Então um novo público acaba conhecendo o meu trabalho.”
TV: Belaventura foi, aliás, sua estreia na Record. Como avalia a mudança de emissora na sua carreira?
AB: Hoje é uma grande vantagem a possibilidade de poder trabalhar nas emissoras sem comprometimento. Antigamente, ou você estava em uma, ou estava em outra. E a partir do momento em que você estava em uma era díficil essa mudança, a transição de uma [emissora] para outra. Hoje em dia o mercado está livre. A gente pode trabalhar em uma emissora em um trabalho e depois estar trabalhando em outra. E são públicos diferentes em cada emissora. Então um novo público acaba conhecendo o meu trabalho.
TV: Você enxerga alguma semelhança entre a Adriana e a Cívia?
AB: Vish…. A realidade é tão diferente hoje em dia. Acho que talvez a responsabilidade com os filhos – os filhos que não tenho ainda. Talvez, quando eu tiver, esta seja a semelhança que eu possa identificar. A partir do momento que você tem um filho, a sua vida muda completamente. Você não tem mais ‘eu’. Tem o filho, que é a grande responsabilidade. A educação dos filhos, prover para os filhos. Torná-los pessoas com valores que são importantes.
TV: Destaca alguma cena que foi mais difícil?
AB: Talvez a cena da morte de Isaque [marido de Cívia]. Estou trabalhando com duas crianças que têm uma sensibilidade muito grande. Eles são muito abertos, muito disponíveis pro trabalho. Mas na família há sofrimento o tempo todo. O perder o pai pra eles é muito forte. Então, essa coisa de dar o respaldo para as crianças num trabalho assim, acredito que tenha sido a parte que exigiu mais concentração.
TV: Imagino que sua rotina de gravações seja intensa. Tem alguma coisa que você faz no dia a dia para se manter focada?
AB: É uma rotina bem intensa mesmo (risos). Eu não sei, eu gosto de trabalhar. Tenho muito prazer em trabalhar. Então acho que quanto mais trabalho eu tenho, mais consigo fazer. Eu não sei se é uma característica minha ou normal do ser humano (risos). Quando estou sem fazer nada, parece que não dá tempo de fazer nada, quando tem uma coisa pra fazer no dia, essa coisa vai se enrolando, se enrolando, quando você vê, não fez. Acho que isso de saber que você tem bastante coisa para fazer me deixa mais ativa.
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TV: Qual sua válvula de escape hoje?
AB: A praia. Sem dúvida nenhuma. Andar na praia, tomar um banho de mar. Ter esse privilégio de poder acordar, dar uma andada, um mergulho no mar e começar o dia é revigorante, com certeza.
TV: Vem com frequência a Curitiba?
AB: Vou, com muita frequência (risos). Sempre que eu posso, que tenho uma folguinha na gravação, eu vou. Para poder estar com a família, que está inteira aí. Meus amigos da vida estão aí.
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TV: Qual seu lugar favorito na cidade?
AB: Honestamente, minha casa (risos). Antigamente quando eu ia para Curitiba, logo que me mudei, eu saía muito mais. Hoje em dia fico muito mais em casa, porque é tão precioso o tempo que eu tenho com eles, que eu praticamente fico só em casa.
TV: E qual restaurante daqui você mais gosta?
AB: Olha, o restaurante que eu vou sempre é o Cascatinha [em Santa Felicidade]. E o bar que eu mais vou quando estou em Curitiba é o Dom Marcus.
TV: Você tem alguma mania de curitibana que não conseguiu “perder”?
AB: Ah, milhões. Principalmente no modo de falar. Esses dias eu estava conversando que, principalmente depois que me mudei, percebi que o ‘aham’, que a gente fala – ‘aham, aham’ – é uma coisa super curitibana. Ninguém fala assim fora de Curitiba (risos). E pra gente é tão natural que eu demorei muito tempo para perceber que isso era uma coisa daí.
TV: E depois da Cívia, quais os planos?
AB: Já estou em turnê com o espetáculo “Heróis às Avessas”. Fizemos uma turnê agora no interior do Paraná e vamos seguir viagem. E tem, também, a estréia do filme ‘Lucicreide Vai Para Marte’ agora no segundo semestre, um filme protagonizado pela Fabiana Carla.
Serviço
Jesus_A superprodução da Record TV é escrita por Paula Richard, com direção de Edgard Miranda e vai ao ar de segunda a sexta, a partir das 20h45.