PODER

Entre tempos e contratempos

Amar, mais do que propor uma união, é saber enfrentar as dificuldades em conjunto

“O amor é necessidade!
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.”
(Soneto 116 – William Shakespeare)

Nesta edição, falamos de amor. Tão bem descreveu Shakespeare: amor não é amor quando se altera ao encontrar obstáculos. E, diferentemente do que estamos vendo em tempos de relacionamentos pouco duradouros, quero falar daqueles que perduram. Por isso, posso trazer a minha relação à pauta! Afinal, são 34 anos de casamento com minha linda esposa, Karla, com quem constitui uma bela família: nós dois e nossos filhos, Eduardo e Mário.

Mario e Leonardo Petrelli. (Foto: acervo pessoal)

Mais de três décadas de casamento é como escrever um livro de muitas páginas, é como produzir um longa-metragem. E, cada dia, cada fase, destina se a um importante capítulo. A experiência nos revela que amor é se apaixonar pela mesma pessoa todos os dias, apesar dos problemas. Sim, porque eles não deixam nunca de existir. Falar de amor é falar de respeito, em primeiro lugar. É falar de admiração mútua. Afinal, uma relação não se sustenta quando deixamos de admirar e de ser admirados por quem está ao nosso lado.

Leonardo, Eduardo e Karla Petrelli.(Foto: acervo pessoal)

Amor é paciência, é constância, é construção diária. E, mais do que uma escolha, amor também é necessidade. A neurocientista Stephanie Ortigue, pesquisadora da ciência das conexões humanas, aborda isso em seu livro Wired for Love: A Neuroscientist’s Journey Through Romance, Loss and the  Essence of Human Connection. Segundo sua pesquisa, o amor é uma necessidade biológica, assim como água, exercício ou comida. E esse amor pode ser por um parceiro, por seu círculo de melhores amigos, sua família ou até mesmo seu time favorito.

Karla e Leonardo Petrelli no jantar de embaixadores da TOPVIEW. (Foto: Marcelo Elias)

Ao falarmos de relações afetivas, é comum que nos espantemos com o número de divórcios no Brasil e seus recordes. Porém, há outra perspectiva: por ano, o número de registros oficiais de matrimônio gira em torno de 1 milhão, só no Brasil. E esse índice deve saltar 47% no primeiro semestre deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). Ainda há muitas pessoas acreditando no amor. Mas, mais do que querer casar, é preciso estar disposto a amar verdadeiramente, sob todas as circunstâncias.

*Matéria originalmente publicada na edição #262 da revista TOPVIEW.

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