No debate público, o Brasil é um país infantil
O debate público no Brasil carece de maturidade. Em quase 100 dias de gestão federal, o tema central da discussão política nacional não é a urgência em se aprovar as reformas estruturais, tampouco o teor do “Pacote Anticrimes” do ministro Sergio Moro. A intelligentsia do país – perceba a gravidade da situação – duela sobre o conteúdo das publicações do presidente da república nas redes sociais. É surreal.
Afora o absurdo de mergulharmos a sociedade em um cenário de mimimi insolúvel, soa óbvio que o direito fundamental à livre expressão do pensamento não se estreita com a assunção do eleito ao poder. Muito ao contrário. Portanto, o presidente Jair Bolsonaro pode (e deve) publicar o que quiser e, se extrapolar, terá de pagar o ônus político de um eventual descontentamento social. Mas é só. Nada de extraordinário. Jamais crime de responsabilidade.
Ademais, não percamos o norte da bússola democrática: em ambiente de liberdade, sempre haverá bagunça. A ideia de se criar um freio de arrumação é um erro em si mesmo. O país precisa, isso sim, parar de se contorcer em uma peleja infantil própria de um atletiba ideológico. Os problemas do Estado brasileiro não suportam mais esperar. O Brasil necessita é de mais governo, de mais oposição até, e não dessa choradeira em nível de pré-escola.
Eleição, parte 1
A classe política não desliga e os partidos já fervem quando o assunto é a eleição municipal do ano que vem. Em Curitiba, particularmente, as siglas maiores querem fazer constar que terão candidato próprio no pleito de outubro de 2020. O “balão de ensaio” da hora dá conta de que já são 13 os postulantes ao cargo.
Eleição, parte 2
Além dos quatro candidatos óbvios – Rafael Greca (PMN), Ney Leprevost (PSD), Fernando Francischini (PSL) e João Arruda (MDB), são apontados como concorrentes Goura (PDT), Dr. Rosinha (PT), Leandre (PV), Luizão Goulart (PRB), Maria Victoria (PP), Jorge Bernardi (Rede), Christiane Yared (PR) e Galo (Podemos). Evidentemente que a maioria nem levantará voo.
Mal-estar
Deputados estaduais mais experientes já não escondem o descontentamento com os rumos do governo Ratinho Junior. A queixa é política: Guto Silva, Chefe da Casa Civil, está forte e poderoso demais. Para o bom entendedor, pingo é letra.