PODER

Criar vem bem antes de anunciar

Atrelar um produto a uma boa narrativa é a melhor forma de divulgá-lo

Este texto começa com um desabafo: se você é influencer, atua em agência ou é anunciante, por favor, tenha em mente que a publicidade só existe se houver um conteúdo atrelado a ela. O universo povoado pelos nove milhões de brasileiros que se identificam como influenciadores (só no Instagram) tornou-se uma chatice, porque essas pessoas esqueceram que, para anunciar um produto, é necessário ter, antes, uma história que o valorize.

O que se vê hoje no comportamento de muitos influenciadores é a lei do menor esforço: uma exibição descarrilhada de produtos sem a construção de uma narrativa vinculada a eles. Juan Moraes, amigo que vivencia muito esse setor, disse-me uma frase que gostei: “os influencers vão dar lugar aos creators, pois a nossa admiração está por quem cria.” Essa é a base das empresas de mídia e deve ser também a base de quem, individualmente, vende mídia como influencer.

Vale lembrar a Disney. O maior conglomerado de mídia do planeta, com valor de mercado de US$ 186,6 bilhões (2020), só se tornou o gigante que é por um motivo: nunca deixou de contar histórias. São elas que nos encantam e que mexem com nosso imaginário. O que compramos no final não é o produto, mas a representação das histórias nele.

*Coluna originalmente publicada na edição #245 da revista TOPVIEW.

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