Construindo o mundo
O planeta tem 510 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 170 milhões formam o total de terras emersas. Quando Jesus Cristo aqui esteve, a Terra tinha 200 milhões de habitantes. Dada
a evolução lenta do conhecimento e da ciência, somente em 1830 foi atingida a marca de 1 bilhão. Em 1930, apenas 100 anos depois, a população mundial dobrou. Em apenas 30 anos, em 1960, já éramos 3 bilhões. Em 1975, batemos a marca de 4 bilhões e, agora em novembro de 2022, a ONU informa que seremos 8 bilhões de pessoas.
O espaço físico é fixo e, portanto, não há como ser aumentado. Em 1830, a humanidade dispunha de 170.000 m2 de terra por habitante. No fim de 2022, serão apenas 21.250 m2 por pessoa. Esses dados não são apenas curiosidades históricas: eles significam uma substancial revolução no mundo urbano, na construção civil e na necessidade de aumentar os investimentos em construções residenciais, comerciais e de infraestrutura física.
A construção civil residencial, sozinha, representa um desafio gigantesco. No caso do Brasil, se todos os brasileiros fossem morar em uma residência digna, o país teria de erguer 7,5 milhões de moradias – é um déficit enorme, além da necessidade de crescer para abrigar o aumento populacional e ampliar as construções comerciais. Isso coloca a construção civil no centro das necessidades de investimento. É um setor que só tende a crescer.
Subjazem a esse problema duas necessidades: resolver os mecanismos de financiamento em longo prazo e fazer o país crescer a taxas capazes de eliminar a miséria e reduzir a pobreza, de forma que outras milhões de famílias tenham acesso à casa própria.
*Matéria originalmente publicada na edição #268 da revista TOPVIEW.