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Compre Baton, compre Baton

Os benefícios e malefícios da publicidade: uma análise atual

Verdade seja dita: não fosse o Skeeter tomando suco de beterraba no desenho do Doug Funny, eu provavelmente não aprovaria aquele tubérculo roxo no meu prato quando criança. O mesmo vale para o espinafre, que eu só comia porque queria ganhar um muque como o do Popeye.

Esses dois casos são claros exemplos de como a publicidade funciona para as crianças. Com essas ações publicitárias, incentivadas pelo Governo dos Estados Unidos para despertar nas crianças o desejo por comida saudável, a obesidade infantil caiu e o número de crianças com hábitos alimentares mais saudáveis aumentou.

Tudo bem que, enquanto isso, a Kellogg’s e a Froot Loops, com suas caixas gigantes coloridas e os brindes nas embalagens, conquistaram-me com um café da manhã cheio de açúcar. De um lado ou de outro, isso só mostra a força que a publicidade tem no que se refere ao público infantil.

Crianças são um público de enorme interesse para o marketing, porque influenciam na compra dos pais e são os consumidores do futuro. Ou você acha que a logo da Mercedes Benz no capô de um carrinho da Hot Wheels é mera coincidência? É na infância que nosso imaginário se constrói – e as marcas usam isso a favor delas.

A antológica propaganda do chocolate Baton, produzida pela W/Brasil, é um bom exemplo para descrever esse último dado. Até hoje, quando vejo o chocolate nas gôndolas, vem a voz na minha cabeça: “compre Baton, compre Baton.” Guardo essa lembrança com nostalgia e carinho, mesmo que muitos achem ela agressiva. Entre lembranças boas e ruins nas nossas memórias causadas pela publicidade, fica aqui, portanto, a reflexão de como nós, como cidadãos, podemos conduzir essa conversa com as crianças que vêm por aí.

A publicidade da Baton, da Hot Wheels e do Popeye são grandes exemplos de como a criança é protagonista do marketing em suas famílias.

Crianças e o Marketing

  • As crianças influenciam os hábitos de compra dos pais: o valor gasto já foi de 50 bilhões de dólares em 1985 e ultrapassou os 290 bilhões de dólares após o ano 2000.
  • Uma pesquisa do Facebook revelou que as crianças influenciaram 71% das decisões de gastos de seus pais.
  • Um bebê de 18 meses é capaz de reconhecer as cores do McDonald’s. A mesma criança, com 3 anos de idade, é capaz de distinguir cerca de 100 logotipos de marcas.
  • 53% dos adultos preferem marcas que lembram a sua infância. Ou seja, as marcas quase garantem ter consumidores no futuro investindo nas crianças.

*Coluna originalmente publicada na edição #251 da revista TOPVIEW.

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