PODER

Vidas x Economia

O problema da saúde não pode ser separado da economia. É preciso dinheiro circulando para conseguirmos cuidar dos doentes

Antes de mais nada, é importante deixar claro que temos que atender as orientações do Ministério da Saúde e, por enquanto, ficar em casa. Entretanto, isso não impede que a discussão avance sobre a forma de como estamos tratando a situação. Pesquisadores já mostram que é preciso sair da ideia unânime de que lockdown horizontal é o único caminho. Estudos das universidades de Yale e Stanford, por exemplo, sugerem formas de manter a letalidade do coronavírus baixa, e isso pode abrir caminho para uma redução gradual das quarentenas. É importante entender que a saúde pública é financiada com impostos. Se as empresas quebrarem e as pessoas ficarem desempregadas, não vai ter arrecadação de impostos, e aí sim o sistema de saúde vai entrar em colapso. Não se trata de escolher vidas ou dinheiro. A economia precisa de pessoas para existir e as pessoas precisam de uma economia funcionando para viver em sociedade.

Frase do mês

“Se fecharmos ou restringirmos os deslocamentos, o que acontecerá com essas pessoas que têm que trabalhar todos os dias?” – Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, levantando a preocupação com os impactos econômicos das quarentenas.

Para acompanhar

PRONUNCIAMENTO IMPRONUNCIÁVEL
Foi lamentável a forma de como o presidente Jair Bolsonaro se dirigiu à nação no caso Coronavírus. Apesar da essência do discurso trazer importantes preocupações sobre a economia, ele errou no tom. Desautorizou seus próprios ministros, provocou desafetos e fez piada com coisa séria.

PREFEITOS E VEREADORES GANHAM AUMENTO EM MEIO A CRISE
Enquanto o mundo busca soluções para combater o Coronavírus, as Câmaras de Maringá e Guaíra concederam aumentos aos prefeitos, secretários e aos vereadores. Os reajustes são de cerca de 5%. É de embrulhar o estômago.

SÓ A INICIATIVA PRIVADA VAI PAGAR A CONTA?
Até agora, apenas os empreendedores estão quebrando e os trabalhadores de carteira assinada estão sob risco de desemprego. Tirando os profissionais da saúde e segurança, boa parte dos funcionários públicos apenas foi para casa com as garantias da estabilidade.

*Coluna originalmente publicada na edição 235 da revista TOPVIEW.

Deixe um comentário