Carlos Eduardo Zimmermann, por quem o conheceu #depoimentos
O artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann faleceu na última segunda-feira (4), aos 66 anos, vítima de um traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua casa, nas proximidades do Parque Barigui.
Além de ser reconhecido como um dos maiores nomes das nossas artes plásticas, Zimmermann também é lembrado como uma pessoa generosa, irreverente e contagiante – como revelam os depoimentos a seguir, dados por amigos, colegas e admiradores do homem e do artista.
“Eu o conheci há 32 anos. Nos últimos 10, nos falávamos todo dia e nos víamos toda semana. Ele era, para mim, um porto seguro, e a gente tinha uma troca muito forte, éramos muito amigos mesmo. Eu aprendi muito com ele, que era de uma inteligência absurda. Um gênio mesmo. Tinha uma mente brilhante, raciocinava muito rápido. Sabia sobre tudo. A primeira impressão que causava em qualquer pessoa era de admiração gigante: sempre tinha uma palavra positiva, sempre via o lado bom. E tinha um humor absurdo, sarcástico e sofisticado. Era muito divertido conviver com ele. Atualmente, ele estava numa fase bacana de trabalho, criando quadros novos e estava feliz porque tinha reencontrado uma nova linha. Era irreverente. Isso se refletia na arte dele. Acho que foi o meu amigo mais incrível.” Jayme Bernardo, arquiteto
“Zimmerman foi uma das pessoas mais gentis e carismáticas que conheci. Sempre um lord, pronto para nos brindar, de uma forma sincera, com um elogio e uma observação agradável. Vai fazer muita falta o papo divertido e inteligente. Agora ele está nos iluminando lá de cima.” Cesar Franco, relações públicas
“Não me inspira falar da falta, mas sim do ganho que deixou sua presença. Presença mesmo, pois uma conversa com ele tinha a sua atenção plena e a sua sensibilidade! Sensibilidade amorosa pela vida e por todos com quem ele convivia! Sem demagogia, é de comum acordo sua marca – uma pessoa que refletia uma linda luz por onde passava!” André Mendes, artista visual
“O Zimmermann – Zizi, como o chamávamos – foi uma pessoa muito especial para muitos de nós. Artista genial e pessoa generosa, vai deixar muitas saudades.” Monica Rischbieter, diretora do Centro Cultural Teatro Guaíra
“Zimmermann foi um dos meus maiores amigos, aquele com quem dividi momentos importantes. Nossa amizade começou há 40 anos, em Londres, quando fomos estudar – ele ganhara uma bolsa de estudos no Royal College Of Art e tinha um entusiasmo contagiante. Vivemos momentos lindos indo a exposições, teatros, cinemas, e ele sempre me ensinou muito. Artista de grande criatividade e extremamente meticuloso, era perfeccionista e criou obras impecáveis. Foi um parceiro maravilhoso e será insubstituível. Fica uma lacuna enorme e triste na nossa arte e em nossos corações.” Zilda Fraletti, galerista
“Nos anos 1980 e 1990 acompanhei de perto o admirável trabalho do Zimmermann, frequentando ocasionalmente sua casa/ateliê. Ele era um entusiasta do meu trabalho pioneiro em Curitiba na área da videoarte, e como sempre estava bem informado sobre o panorama das artes plásticas mundiais. Era muito instigante conversar com ele. Nos últimos anos nos vimos pouco, mas acompanhei sua extraordinária trajetória por meio de relatos de amigos comuns e frequentando suas exposições. Vou preservar com carinho as obras que possuo dele, que sempre representaram para mim fonte de inspiração artística e deleite estético.” Fernando Severo, cineasta
“A arte paranaense está triste. Perdemos um dos nossos maiores artistas. Zimmermann conquistou reconhecimento com sua arte e levou o nome do Paraná para o mundo. Uma pessoa admirável, de puro talento. Ficam as boas lembranças e sua arte, que ele mesmo eternizou.” João Luiz Fiani, secretário de Estado da Cultura do Paraná