Ser conselheira requer soft skills, clareza e maturidade
Conselheira de empresas de capital aberto e empresas familiares, interessada em melhorar a performance de vida das pessoas e das companhias por onde passa, Claudia Elisa tem mais de 35 anos de experiência profissional e atua hoje nos conselhos de administração da Camil Alimentos, CPFL Energia, Smartfit, BP São Paulo e Editora do Brasil.
Convidada pelo World Trade Center (WTC) Curitiba para o primeiro encontro do ano do grupo de executivas WTC Woman, Claudia Elisa deu dicas para mulheres que ocupam posições em conselhos de administração.
“Quando se fala em sucessão, as pesqui-sas revelam que apenas 4% das empresas familiares no mundo chegam à quarta geração. É preciso governança e um conselho de administração eficiente para auxiliar a modificar esse quadro”, disse ela para o grupo de convidadas durante o café da manhã realizado na Galeria Idee.
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“Maturidade em conselhos inclui habilidades de executivo, saber o que falar em público, em reservado, antes de uma reunião, depois, ou, então, o que precisa ser amadurecido. Eu diria que é um balé. Inclusive, as artes ajudam muito a gente no entendimento desse processo, que, muitas vezes, acaba sendo minimizado ou até subestimado”, pontuou Claudia, que foi executiva de empresas como GPA, FNAC, Ambev, Votorantim Cimentos e EMS Farma e é investidora de startups desde 2017 e membro do Gávea Angels.
Reinvenção
A especialista falou ainda sobre a chamada Mentoria SHARP: “Sabedoria e Habilidades para a sua Reinvenção Pessoal e Profissional”, que vai além de um programa de desenvolvimento profissional.
“É uma jornada de (re)descoberta e evolução das suas potências, facilitando o alcance dos seus objetivos de mudança. Com base em conceitos de change management, psicologia positiva, poder e influência, negociação, gestão das emoções, comunicação e storytelling, pensamento crítico, neurociência, entre outros, minha proposta é oferecer clareza e um caminho para a sua reinvenção a partir de uma abordagem sistêmica – conceitual e prática – para o crescimento pessoal e profissional”, explicou.
Segundo Claudia, no processo de transição de executiva para conselheira, são três as principais dicas: networking modificado; novas habilidades (hard e soft skills); e narrativa modificada da sua história profissional.
Claudia Elisa elenca quatro apontamentos para se manter relevante em uma posição de conselheira:
• Clareza sobre duas a três áreas de contribuição na empresa;
• Construção de uma marca pessoal relacionada a essas áreas, e não somente à governança, o que leva à construção de autoridade;
• Busca em ser uma autoridade, a partir da participação em fóruns e eventos;
• Atualização constante para reinvenção (um desejo e uma obrigação).
“Nossa personalidade também influencia muito as relações e o networking. Ninguém convida para as altas cadeiras uma pessoa aborrecida, que não tenha bom relacionamento interpessoal. É aquela máxima de termos em nosso convívio pessoas com quem nos sentimos à vontade para beber depois do expediente. Quanto mais desenvolvi o autoconhecimento, ficando presente comigo mesma, mais isso me ajudou no equilíbrio emocional, para estarmos presentes, interagindo e escutando mais”, aconselha.
*Matéria originalmente publicada na edição #300 da TOPVIEW.