O que esperar da economia em 2025?
“Juros”, “política fiscal”, “tarifação” e “tributação” são as palavras que marcam os primeiros passos da economia em 2025 e que, no consenso entre economistas e empresários, também apontam para um ano de crescimento modesto do PIB brasileiro.
Cada um desses pontos foi analisado em profundidade por duas autoridades em análise de cenário e de tributos durante o “Outlook 2025 – Macroeconomia e Tributação”. Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group, e Altair Toledo, sócio da KMPG, abriram o ciclo de eventos empresariais promovido anualmente pelo player de negócios World Trade Center (WTC) Business Club.
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O evento, em sua terceira edição, reuniu um grupo seleto de convidados, entre empresários e executivos c-level, durante um café da manhã na Galeria Laguna, em Curitiba. A manhã de
reflexões e debates foi transmitida em tempo real para associados do WTC de Joinville, Balneário Camboriú, Porto Alegre, Brasília e Sinop, todos presididos por Daniella Abreu. “Todo começo de ano, nós trazemos as tendências de economia do mundo e nos atualizamos sobre a questão da tributação no Brasil, reunindo os tomadores de decisão de empresas nacionais e internacionais”, diz Daniella.
“O Brasil cresceu acima do que o mercado esperava em 2023 e 2024. Em 2025, no entanto, o cenário base da Integral é de crescimento abaixo da expectativa do mercado, que se encontra em 2%. Algo entre 1 e 1,5% parece ser mais provável. O país vinha crescendo graças a um impulso fiscal do atual governo e pelo efeito das reformas estruturais feitas no governo anterior, mas esse impulso está se esgotando. Isso não é necessariamente uma má notícia, pois atividade menor pode ajudar a trazer a inflação de volta para mais perto da meta de 3% e retirar um pouco do stress na curva de juros”, explanou Daniel Miraglia.
Ao apresentar os principais cenários para juros, câmbio e crescimento global, abrindo as planilhas da Integral Group para os convidados, Miraglia antecipou projeções que vão ter impacto na economia brasileira, entre as quais, corte de gastos, redução de tributos e provável volta do ciclo de queda dos juros nos EUA no segundo semestre. “Na China, é provável vermos mais uma rodada de estímulos, especialmente para o setor imobiliário, onde está boa parte da poupança dos chineses”, disse.
O especialista em tributos Altair Toledo, que também é professor da PUCPR, falou sobre os efeitos imediatos da reforma tributária sobre o mercado e alertou para as providências que as empresas devem tomar neste ano, preparando-se para o início da primeira fase das mudanças, em 1º de janeiro de 2026.
“Os sistemas de emissão de nota fiscal precisam estar prontos até 31 de dezembro de 2025, para destacar as novas alíquotas de 1% de imposto, 0,9% de ICMS e 0,1% de IBS”, destacou, acrescentando que um dos desafios é a busca por profissionais qualificados. “Vai faltar gente. Já temos sofrido com falta de profissionais na área tributária, mas vai piorar. Precisamos trabalhar bem essa pauta de qualificação em 2025, para então debater os aspectos econômicos e os ajustes de preços no ano que vem.”
*Matéria originalmente publicada na edição #298 da TOPVIEW.