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Artigo: Como criar um kit financeiro de primeiros socorros para se proteger de imprevistos

Confira o texto de Patrícia Araújo, consultora financeira e especialista em despesas pessoais e gestão de risco

A pandemia provocada pelo novo coronavírus veio mostrar que imprevistos podem acontecer a qualquer momento. E neste cenário é importante ter um bom planejamento para ter uma reserva de emergência. Nesse processo, sugiro um kit de primeiros socorros, que deve incluir um valor financeiro, um plano de saúde e um seguro de vida.

A reserva de emergência é o primeiro pilar financeiro que serve de respaldo para, por exemplo, uma perda temporária da renda, como desemprego, afastamentos por curto tempo, ou queda da renda, como muitos estão vivendo hoje. Para calcular este valor, deve-se basear em seis meses de despesas básicas individuais, como aluguel, água, luz e alimentação e, caso a pessoa precise se afastar do trabalho por qualquer motivo como, por exemplo, internação por covid-19, pode contar com esse respaldo para cobrir as despesas no período de afastamento.

Um detalhe importante: a reserva de emergência precisa estar em alguma aplicação que tenha liquidez imediata, portanto deve ser direcionada a uma aplicação mais conversadora, como a atrelada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia para títulos federais) ou poupança, mas nunca em aplicações de longo prazo, como previdência e ações que não têm essa liquidez instantânea.

O segundo pilar financeiro essencial que deve compor o kit de primeiros socorros é o plano de saúde, servindo para custear um cenário mais grave, como internações, tratamentos que exigem a pessoa estar em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou mesmo tratamento doença grave.

O terceiro pilar para completar o kit é o seguro de vida, que passou por uma evolução nos últimos anos e não é mais um seguro de morte, ou seja, não precisa morrer para o benefício valer. Hoje, o seguro é em vida e abrange diversas coberturas, como doenças e invalidez, e pode custear, no mínimo, 30% das despesas, tornando o segurado livre de dívidas e da dependência financeira da família.

No Brasil, este tipo de seguro ainda não era tão explorado, como nos Estados Unidos e no Japão, por conta de eventos, como tsunami e terremoto. No entanto, a pandemia veio para mudar esse conceito do brasileiro porque inclui vários benefícios hospitalares.

Inclusive, estudos apontam que quando a pessoa está mais tranquila financeiramente ela melhora mais rápido: o dinheiro não traz felicidade, mas reduz o sofrimento, com mais conforto e chances de sobrevivência. Por exemplo, se o paciente quiser ser atendido pelo seu médico, a chance de sobrevivência é maior.

Portanto, o mercado oferece diversas opções para você não passar aperto financeiro em caso de imprevisto, como ocorreu com a pandemia. Investindo nos três pilares financeiros – reserva de emergência, plano de saúde e seguro de vida – sua proteção será completa.

*Escrito por Patrícia Araújo, consultora financeira e especialista em despesas pessoais e gestão de risco

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