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Morre cientista curitibano Marco Aurélio Krieger, vice-presidente da Fiocruz

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Marco Aurélio Krieger foi um dos responsáveis pela implantação da Fiocruz Paraná. (Foto: Peter Ilicciev)

Com informações da Agência Fiocruz de Notícias

Morreu nesta segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, o curitibano Marco Aurélio Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Krieger estava no cargo desde 2017 e faria 61 anos no próximo domingo (4). Ele lutava contra um câncer.

Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1987, com mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Krieger foi diretor-adjunto de Desenvolvimento Tecnológico, Prototipagem e Produção do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná), coordenador do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e coordenador-técnico da Unidade de Produção da Fiocruz para Diagnóstico de Ácido Nucleico. 

Ainda bem jovem, ele foi um dos responsáveis pela implantação da Fiocruz Paraná e na aliança com o IBMP. Foi autor de várias publicações, incluindo seis patentes. Referência em temas como imunização e vacinas, Krieger foi um dos cientistas mais procurados pela mídia durante a pandemia, em especial sobre a liberação, pela Anvisa, do uso emergencial das duas vacinas – a da Fiocruz e a do Instituto Butantan – contra a Covid-19.

Em 2021, representou a Fiocruz na reunião técnica organizada pela Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19 da Câmara dos Deputados. Na ocasião, ele traçou um panorama de todo o trabalho realizado pela Fundação, desde a prospecção tecnológica de vacinas candidatas, no início da pandemia.

Em toda a sua trajetória dedicou-se a projetos que pudessem ampliar o acesso da população a melhores vacinas e tratamentos pelo SUS e foi um defensor incansável da tecnologia para o bem-estar e a saúde da população brasileira. O pesquisador teve um papel crucial à frente dos editais do programa Inova Fiocruz. Foi na gestão dele como vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde que a Fiocruz tornou mais robusto o fomento a pesquisas inovadoras e estratégicas para a saúde pública. No escopo do Inova, lançou vários editais para pesquisa em Covid-19, incluindo um voltado para qualquer pesquisador (mesmo de fora da Fiocruz) desenvolver projetos que beneficiassem, particularmente, as pessoas mais vulneráveis. 

Krieger trabalhou até seus últimos dias no projeto de desenvolvimento da plataforma de mRNA. Também foi o responsável em levar o cart-cell para a Fiocruz e via com grande entusiasmo o potencial dessa tecnologia para o tratamento de câncer e outras doenças raras pelo SUS. O cargo de vice-presidente da Fiocruz e a paixão pelas novas tecnologias o levaram a representar a instituição em diversos fóruns internacionais. Em 2024 esteve na China, a convite do Shanghai International Life Science Innovation Campus, para apresentar projetos e conhecer empresas produtoras de vacinas e terapias avançadas.

Marco Aurélio Krieger era filho do geneticista curitibano e professor aposentado da UnB Henrique Krieger e de Ester Proveler, irmã da ex-primeira-dama do Paraná Fani Lerner. Por causa do pai, fez doutorado nos Estados Unidos, país onde nasceu. Ele deixa a mulher, Sirlines Krieger, dois filhos e duas netas. 

O velório será realizado em Curitiba nesta quarta (30) e quinta-feira (01), na capela do cemitério israelita do Água Verde, das 16 às 23h e das 8 às 12h, respectivamente. Após o velório, será realizada uma cerimônia privada restrita à família.

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