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Mercado imobiliário se mobiliza em prol da revitalização do Centro de Curitiba

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A revitalização de edifícios, como o prédio histórico Miguel Calluf, antigo Hotel Eduardo VII, é uma das opções viáveis para a reocupação do Centro de Curitiba. (Foto: Franklin Freitas)

O mercado imobiliário de Curitiba está encabeçando uma campanha pela revitalização do Centro, que atualmente enfrenta uma desocupação dos imóveis causada, muitas vezes, pela falta de segurança, o grande número de moradores em situação de rua, falta de vagas para estacionar em vias públicas e o valor elevado do IPTU.

Partindo deste processo de mudança da região, anunciado ainda na gestão passada e encampada pelo prefeito Eduardo Pimentel, a implementação do Distrito de Mídia busca mudar também a cara do Centro da capital paranaense, com a previsão de instalação de publicidade e anúncios cinéticos (com animações, vídeos e efeitos especiais) em luminosos e telões nas fachadas e testadas dos imóveis. A mudança visual está prevista em um trecho de 592 metros de extensão entre a Travessa da Lapa e a Rua Desembargador Westphalen, na altura da Praça Zacarias, e deve mudar consideravelmente o visual do Centro.

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A ideia é que o trecho entre a Travessa da Lapa e a Praça Zacarias tenha painéis luminosos no estilo da Times Square em Nova York. (Foto: Divulgação)

Aliada do Poder Público nesta empreitada de modernização do espaço urbano, a Rede Una Imóveis Conectados, associação que concentra 46 imobiliárias na Grande Curitiba, vem tomando a frente de ações em prol de uma melhor ocupação da região, com sugestões de melhorias. 

Para Amilton de Souza, proprietário da imobiliária Invebras, integrante da Rede Una, e presidente da Comissão de Valores Imobiliários do Paraná, uma das soluções para a revitalização da região central da cidade é intensificar o policiamento. “Temos um ponto crucial, que são os receptadores, os grandes culpados pela marginalidade. Algumas pessoas que dormem na rua roubam e depois repassam os produtos para os receptadores. O setor de segurança precisa atuar para conter essa prática”, afirma Amilton .

Já para Adalberto Scherer, diretor-comercial da imobiliária Cibraco, que tem sua sede na rua Ébano Pereira, também no Centro, a  atual vacância dos imóveis da região se deve ao alto valor do IPTU. “No atual estágio da cidade, os IPTUs são muito altos. Mas, também temos que ver a parte da habitação, da convivência das pessoas com espaços que existem, com os imóveis que podem ser utilizados, com a requalificação urbana, também fomentando trabalhos dignos aqui no Centro, enfim, com várias atividades que poderiam valorizar a região”, diz Scherer.

Para que os imóveis no Centro voltem a ser ocupados, uma das alternativas pode ser a nova linha de crédito para retrofit, da Caixa Econômica Federal, que facilita o financiamento para a revitalização de prédios antigos. A modalidade, recém-lançada, terá taxas de juros abaixo do mercado, além da possibilidade de financiar a compra do imóvel original a ser reformado, bem como do terreno. A legislação atual iguala imóveis retrofitados a novos, garantindo os mesmos benefícios, como subsídios do FGTS.

Outra sugestão para aumentar a ocupação do Centro de Curitiba é disponibilizar mais vagas de EstaR na região. “A prefeitura precisa rever o estacionamento no Centro. Lá não tem shopping, então como tem poucas vagas, você acaba pagando R$ 20 ou R$ 30 para parar o carro em um estacionamento, o que torna esse processo inviável”, entende Amilton de Souza.

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