
Maestro Roberto de Regina, fundador da Camerata Antiqua de Curitiba, morre aos 98 anos no Rio de Janeiro

Morreu nesta sexta-feira (25), no Rio de Janeiro, o maestro emérito Roberto de Regina, aos 98 anos. Ele foi o fundador da Camerata Antiqua de Curitiba, em 1974, ao lado da cravista Ingrid Müller Seraphim e de instrumentistas igualmente apaixonados pela música renascentista e barroca. O maestro morreu em seu sítio na capital fluminense.
Roberto assumiu a regência do grupo musical curitibano e marcou a Camerata pelo rigor histórico e pela expressividade musical. O carioca foi reconhecido pela dedicação à preservação e difusão da música antiga no Brasil e, além dos palcos, pela atuação também como médico anestesista.
Em 2022, o coro da Camerata foi ao Rio para uma série de apresentações para celebrar os 95 anos de seu fundador, com regência de Mara Campos. Roberto de Regina esteve no concerto na Sala Cecília Meireles, onde foi calorosamente ovacionado.
Em 2024, na celebração dos 50 anos da Camerata Antiqua, o maestro emérito enviou uma mensagem gravada e exibida em telão durante o concerto comemorativo. “Tenho uma filha, uma menina muito querida por todos, que este ano completa 50 anos, e só tenho a agradecer a todos pelo cuidado e zelo que Curitiba tem tido com essa criança”, disse na ocasião.
Roberto de Regina teve sua trajetória retratada no filme “O Cravista”, de Luiz Eduardo Ozóri, foi autor do livro “Memórias de um Sargento de Malícias”, construiu a Capela Magdalena, em Guaratiba (RJ), e se dedicou não apenas à performance musical, mas também à construção artesanal de cravos, instrumentos de rara presença na América Latina, entre outros feitos.
Em 2023, recebeu o título Honoris Causa da Academia Brasileira de Belas Artes e dois anos depois o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).