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Hospital Nossa Senhora das Graças é o primeiro de Curitiba a oferecer tratamento do Alzheimer com novo medicamento aprovado pela Anvisa

donanemabe Alzheimer
O paciente tem que tomar 18 aplicações intravenosas, uma por mês. (Foto: Freepik Banco de Imagens)

O Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), de Curitiba, inicia a utilização do Donanemabe, medicamento recém-aprovado pela Anvisa para o tratamento do Alzheimer em estágios iniciais ou demência leve. 

O HNSG é o primeiro hospital da capital do Paraná a aplicar o remédio que atua diretamente na causa da doença e não apenas nos sintomas. O medicamento é um anticorpo monoclonal que se liga à proteína beta amiloide, responsável pela formação de placas no cérebro dos pacientes com Alzheimer, impedindo o acúmulo de novas placas e ainda ajudando o sistema imunológico a eliminá-las. Podem utilizar a terapia os pacientes que ainda possuem a proteína no cérebro. 

A infusão é realizada mensalmente, por via intravenosa, com duração de uma a 18 aplicações, de acordo com a resposta de cada paciente. A indicação do tratamento é feita de forma individualizada, com base em exames clínicos, laboratoriais e de imagem, como a ressonância magnética, testes genéticos e biomarcadores.

Para oferecer o novo tratamento, o hospital montou uma equipe multiprofissional com uma infraestrutura adequada. A equipe de neurorradiologia foi treinada para protocolos de imagem específicos, além de contar com exames laboratoriais e genéticos de alta precisão e profissionais capacitados para o preparo e a aplicação do medicamento no centro de infusão.

“Essa medicação não cura a doença, mas pode retardar sua evolução de forma significativa. Representa uma esperança real de desacelerar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares”, destaca a neurologista Karen Luiza Ramos Socher, coordenadora do Centro de Memória do HNSG e especialista em demências.

Comercializado no Brasil pela farmacêutica Eli Lilly com o nome comercial Kisunla, o Donanemabe já foi aprovado em países como Estados Unidos, China e Japão. Os estudos clínicos demonstraram que ele pode reduzir em até 39% o risco de progressão para o próximo estágio da doença e promover a remoção de placas amiloides em até 76% dos pacientes em 18 meses. Em alguns casos, é possível interromper a terapia quando as placas são eliminadas, trazendo previsibilidade ao tratamento.

Vale ressaltar que a doença de Alzheimer é uma condição neurológica progressiva que afeta a memória, o raciocínio, o comportamento e a capacidade de realizar tarefas cotidianas. Embora atinja principalmente pessoas acima dos 60 anos, pode ocorrer em idades mais precoces. Esquecimentos frequentes, repetição de perguntas, confusão com datas ou lugares e mudanças de humor podem ser os primeiros sinais.

O diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença no curso da doença. “Infelizmente, a maioria dos pacientes só busca atendimento quando os sintomas já são moderados ou avançados. Baixa escolaridade, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool, problemas auditivos e visuais não tratados, isolamento social e depressão são fatores de risco que precisam ser conhecidos e combatidos”, alerta a médica.

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