Erastinho, o primeiro hospital oncopediátrico da Região Sul, abre as portas da esperança em Curitiba
Reinaldo Bessa
Depois de apenas um ano e meio de obras e de uma série de campanhas de engajamento da sociedade curitibana, o hospital Erastinho foi inaugurado na manhã desta terça-feira (01) em Curitiba. Idealizado pela diretoria do Hospital Erasto Gaertner, ele será o primeiro hospital oncopediátrico do Sul do Brasil e vai atender exclusivamente crianças e adolescentes com câncer, oferecendo toda a estrutura necessária em 4,8 mil m², num ambiente moderno e humanizado, com tratamento especializado e multiprofissional. Assim como o Erasto Gaertner, o Erastinho é filantrópico e atenderá também pelo SUS.
A cerimônia de inauguração, que contou com a presença de várias autoridades, entre elas o governador Ratinho Jr., foi transmitida ao vivo nos canais dos dois hospitais para evitar aglomerações. A nova unidade, anexa ao Erasto Gaertner, no Jardim das Américas, recebeu investimentos totais de R$ 30 milhões. “Este hospital é fruto de um trabalho de muitas mãos, com a sociedade e o poder público juntos pela concretização do projeto, sem contar a credibilidade e a expertise de toda a equipe técnica do Erasto Gaertner”, afirmou o governador.
A capacidade anual do hospital infantil será de até 17 mil consultas, 500 cirurgias e mais de 85 mil procedimentos. O complexo conta com 43 leitos de internamento privativos e semiprivativos, recepção, lobby, atendimento ambulatorial, hospital-dia, centro cirúrgico e alas de internação (clínica, cirúrgica, Transplante de Medula Óssea e UTI).
Crianças e adolescentes que hoje são atendidos na Ala Pediátrica do Hospital Erasto Gaertner passarão agora a ter um espaço exclusivo, evitando totalmente o contato com pacientes adultos. A transferência dos pacientes para a nova estrutura será feita de maneira gradativa, iniciando nas próximas semanas. A atual ala pediátrica será transformada em um setor exclusivo para transplante de medula óssea. Com apoio da Volkswagen e do governo do estado, por meio do Programa Paraná Competitivo, o espaço será reformado, passando de 1.050 m² para 1,3 mil m², podendo ampliar em até 50% o número de transplantes.
No Paraná esperamos registrar 600 novos casos de câncer em crianças e adolescentes por ano. Com o Erastinho, estaremos preparados para atender pelo menos 50% desse número de pacientes que serão diagnosticados. Com certeza o Erastinho está vindo para contribuir, e muito, com a melhoria do atendimento e do tratamento de crianças e adolescentes do nosso estado e de todo o Brasil”, afirma Mara Albonei Pianovski, diretora do Hospital Erastinho e atual chefe do Departamento de Pediatria do Hospital Erasto Gaertner.
Mobilização fez a diferença
O Erastinho é resultado de muito afinco, mobilização e dedicação. O projeto foi lançado em 2015 e contou com o apoio maciço da sociedade civil e com a parceria entre os diferentes poderes. O projeto completo, e finalizado, custou R$ 30 milhões. Deste valor, R$ 22 milhões foram investidos na construção do hospital fruto de convênio firmado com o governo do Paraná por meio da Secretaria da Saúde, que destinou, ao todo, cerca de R$ 11 milhões. O restante do valor necessário para a conclusão da obra foi captado pelo Hospital Erasto Gaertner através de eventos, projetos e doações espontâneas. O Grupo Madero foi um dos colaboradores da construção. Em junho, o empresário Junior Duski promoveu o leilão beneficente “Juntos pelo Erastinho”, de dezenas de garrafas de vinhos raros da adega de seu restaurante, que arrecadou R$ 1.272,000 destinados integralmente para equipar o hospital.
O superintendente do Hospital Erasto Gaertner, Adriano Lago, ressaltou que desde o lançamento do projeto, em 2015, toda a sociedade e diferentes instituições públicas se mobilizaram para que o projeto saísse do papel. “É difícil de mensurar número de pessoas que abraçaram esta causa. O poder público e a sociedade civil mobilizaram R$ 30 milhões em um tempo recorde. É uma obra inteira da comunidade”, destacou.
Hospital sustentável
A obra do Erastinho respeitou os parâmetros internacionais de sustentabilidade e de promoção da saúde, dentro do conceito Green Hospital. Construído pela RAC Engenharia, empresa vencedora da licitação pública, o hospital é a primeira instituição brasileira do gênero a conquistar, simultaneamente as certificações LEED for Healthcare e WELL Building Certification, que atestam o menor impacto ambiental nos serviços e a possibilidade de otimizar recursos na operação do edifício. As chancelas poderão alçar o hospital à condição de único do país a contar com a inédita dupla certificação internacional.
Projetado pela arquiteta Adriana Sarneli, o Erastinho teve como pilares uma volumetria dinâmica e um paisagismo orgânico. “Isso expressa o caráter lúdico do projeto e um espaço acolhedor, o que transforma a ida ao hospital em um momento associado ao alívio da ansiedade e da dor”, explica Adriana.
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“A partir do momento que se faz um diagnóstico de câncer, são muitas as variáveis que têm de ser contempladas. Não é simplesmente tirar sangue, fazer uma quimioterapia, dar um comprimido, fazer uma cirurgia. Existe uma desestruturação emocional e social. Então, um ambiente como este vai permitir que essas crianças encontrem conforto, tranquilidade e paz para enfrentar todos os desafios do tratamento. Uma estrutura como essa prima pelo amor à vida, para onde a gente olha, a gente vê sinal de alegria, de vida, de natureza. Obviamente, ser tratado em um ambiente como esse vai fazer com que o resultado seja melhor, as energias poderão ser canalizadas para o tratamento. E isso integra a família toda, todo o grupo de colaboradores, a equipe multiprofissional. É benefício para todo mundo”, conclui a diretora do Erastinho, Mara Albonei.
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