Em encontro com Ratinho Jr. em Curitiba, presidente do Paraguai convida empresários paranaenses a investir no país

O governador Ratinho Junior recebeu nesta terça-feira (09), no Palácio Iguaçu, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, para discutir oportunidades de parcerias e investimentos, além do aprofundamento das relações comerciais entre o Paraná e o país vizinho. Empresários e entidades de vários setores acompanharam o encontro.
Ratinho destacou em seu discurso a forte relação entre o Paraná e o Paraguai, resultado não só da proximidade, mas, também, da cultura e condições geográficas muito parecidas. “Tivemos a oportunidade de reunir diversos setores empresariais do estado, com alguns deles já atuando no Paraguai, e outros interessados em expandir seus negócios para atender a América do Sul a partir do país vizinho.”, afirmou o governador.
Ele citou que o Paraguai é o país que mais cresce na América do Sul há bastante tempo, o que tem feito com que resultado em muitos negócios entre paranaenses e paraguaios, gerando emprego para ambos os lados. No ano passado, foram mais de US$ 1,4 bilhão em comércio bilateral e, só no primeiro semestre deste ano, foram quase US$ 1 bilhão em negociações.
Na segunda-feira (08), o governador esteve em Ciudad del Este, na fronteira entre os dois países, para participar da Expo Paraguai Brasil, feira multisetorial que promove oportunidades de conexões entre empresários da região para a concretização de negócios e para oferecer acesso a informações sobre tendências do mercado regional.

O jovem presidente paraguaio lembrou que o Brasil é o maior parceiro comercial do Paraguai. “Nossa relação é de longa data e vai além da economia: é também política e cultural. Temos o maior empreendimento binacional, que é Itaipu e, além disso, há quase meio milhão de brasileiros vivendo no Paraguai, muitos deles vindos do Paraná. Essa integração cultural reforça ainda mais a parceria entre nossos povos”, destacou Santiago Peña.
“Ainda temos muito a avançar juntos. O Paraguai vem melhorando constantemente o ambiente de negócios, atraindo investimentos internacionais e oferecendo condições competitivas. Queremos fortalecer nossa complementaridade com o Brasil e, especialmente, com o Paraná. Nossa presença aqui, com ministros e governadores, reforça o interesse regional em estreitar ainda mais esses laços de amizade e cooperação”, afirmou o presidente.
Peña também destacou setores que podem ser alvo de uma parceria entre seu país e o Paraná. “As oportunidades são muitas. Agricultura e agroindústria são setores estratégicos, já que compartilhamos a mesma região geográfica e o Paraná tem experiência consolidada em cooperativismo, modelo que também existe no Paraguai, mas em menor escala”, lembrou.
Outro setor, segundo Peña, é a energia. Ele lembrou que o Paraguai tem um grande excedente de energia elétrica, mais barata, e isso pode atrair empresas do Paraná para se instalarem lá. “Também podemos avançar em inovação, educação pública e logística, principalmente com a utilização do Porto de Paranaguá e a abertura da nova ponte entre Presidente Franco e Foz do Iguaçu, que trará novas oportunidades de negócios”, complementou.
Ratinho Junior apresentou às autoridades paraguaias um panorama do Paraná, que alcançou o posto de quarta maior economia do país, com um Produto Interno Bruto (PIB) que deve alcançar R$ 800 bilhões até 2026 e que mantém ritmo acelerado de crescimento, com mais de R$ 330 bilhões de investimentos da iniciativa privado no estado nos últimos seis anos e meio.
“A Região Sul e Centro-Oeste do Brasil, mais o Paraguai, Argentina e Uruguai, são grandes produtores de alimentos. Por isso, nós temos que ser a ‘OPEP do alimento’”, sugeriu Ratinho Junior. “Temos reservas de petróleo para mais de 200 anos, e o mundo está mudando sua matriz energética, mas a segurança alimentar é uma preocupação global. Nós temos condição de liderar a produção de alimentos no mundo, basta nos organizarmos”, argumentou.
“Temos uma população jovem, abundância de recursos naturais e, mesmo com apenas 6,5 milhões de habitantes, produzimos alimentos para 100 milhões de pessoas. Nossa fronteira agrícola foi impulsionada pelo conhecimento de imigrantes brasileiros, especialmente vindos do Paraná e de Santa Catarina”, afirmou Santiago Peña, ao apresentar o perfil do país e os objetivos de sua gestão. Para ele, o desafio global das próximas décadas será alimentar quase 10 bilhões de pessoas. “Só esta região tem capacidade de produzir excedentes em escala, sendo que no Paraguai 100% do território é fértil. E, mesmo sem saída para o mar, temos rios navegáveis que conectam nossa produção ao oceano”, disse.
“Convido os empresários do Paraná a descobrirem o Paraguai. Somos um país amigável ao capital privado, com uma filosofia de valorização da liberdade para trabalhar, inovar e empreender”, finalizou o presidente, que apresentou o crescimento paraguaio nos últimos anos: PIB de US$ 44,9 bilhões em 2024 e crescimento estimado de 4,5% em 2025.
Participaram do encontro o vice-governador Darci Piana; os secretários estaduais Cleber Mata (Comunicação), Guto Silva (Cidades) e Norberto Ortigara (Fazenda); o chefe da Casa Militar, coronel Marcos Tordoro; os diretores-presidentes da Invest Paraná, Eduardo Bekin, da Sanepar, Wilson Bley, do Ipardes, Jorge Callado; o presidente da Copel, Daniel Slaviero; o superintendente de Relações Institucionais, Renato Adur; o cônsul do Paraguai, Celso Santiago Riquelme Mendieta; a cônsul-geral do Paraguai em Curitiba, Maria Amarilla; a chefe do Escritório de Representação no Paraná do Ministério das Relações Exteriores, Lígia Scherer, e o secretário Paulo Machado. Pelo governo paraguaio, integraram a comitiva os ministros Javier Gimenez (Indústria e Comércio) e Claudia Centurión (Obras Públicas e Comunicação), além de quatro governadores: Nelson Martinez (Canindeyu), Juan Acosta (Amambay), César Landy Torres (Alto Paraná) e Freddy D’Ecclessis (San Pedro).