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Colômbia lança o Bre-B, método de pagamento inspirado no Pix e desenvolvido com apoio do paranaense Ebanx

BRE B2

O Ebanx se aliou à banktech MOVii para desenvolver o Bre-B, que deve impulsionar o crescimento da economia digital da Colômbia, tornando as transações financeiras no país muito mais rápidas, eficientes e seguras. (Imagem: Divulgação)

Inspirado pelo Pix, a Colômbia lançou o próprio meio de pagamentos instantâneos, o Bre-B, que segue as mesmas características principais do sistema brasileiro: interoperabilidade, disponibilidade 24 horas por dia, 7 dias por semana, e liquidação imediata. A operação em larga escala começa nesta segunda-feira (6), após duas semanas de testes, iniciados em 23 de setembro. Desde o primeiro dia, empresas internacionais já podem oferecer o Bre-B aos clientes colombianos por meio do Ebanx, empresa fundada em Curitiba. Para facilitar esse acesso, o Ebanx fez uma parceria com a MOVii, a primeira banktech da América Latina, que fornece infraestrutura completa de pagamentos de emissão e adquirência para indivíduos e empresas.

Mais de 30 milhões de pessoas já se cadastraram para usar o Bre-B, de acordo com o Banco de la República, o banco central da Colômbia. Esse número representa 76% da população adulta do país. Ao mesmo tempo, apenas 18% têm acesso a cartões de crédito, segundo o último relatório da instituição. Dados do Banco Mundial mostram que a Colômbia tem uma das menores taxas de penetração de cartões de crédito na América Latina, fator que permanece estável desde 2022. Enquanto isso, a parcela de colombianos que fazem transações on-line continua a crescer, indicando um aumento na preferência local por métodos de pagamento alternativos para compras pela internet.

“O Bre-B tem um potencial enorme para transformar a economia digital da Colômbia, assim como o Pix transformou a do Brasil. É por isso que trazer o sistema para nossa plataforma desde o primeiro dia foi tão importante para nós. Queremos que os consumidores e as empresas colombianas façam parte dessa transformação desde o início”, diz Eduardo de Abreu, VP de Produto do Ebanx. “Os colombianos podem comprar de marcas globais usando o mesmo método de pagamento instantâneo e seguro que usam localmente. Estamos falando de acesso ao e-commerce mundial sem nenhuma barreira”, acrescenta Katherine Roa, CCO da MOVii.

A economia digital da Colômbia tem crescido a taxas de dois dígitos desde 2019 e deve ultrapassar US$ 52 bilhões em 2025, ocupando o terceiro lugar na América Latina, atrás apenas de Brasil e México, de acordo com dados da instituição de pesquisa Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI) analisados pelo Ebanx. Assim como o Pix fez no Brasil, o Bre-B vai impulsionar esse crescimento porque vai tornar as transações muito mais rápidas, eficientes e seguras tanto para empresas quanto para consumidores. A projeção da PCMI é que o mercado digital da Colômbia chegue a US$ 73 bilhões até 2028.

Bre-B

O Ebanx foi uma das duas únicas fintechs convidadas pelo banco central da Colômbia para integrar o Comitê Interdisciplinar de Pagamentos Interoperáveis, que assessorou as autoridades locais no desenvolvimento do Bre-B. Essa colaboração resultou em funcionalidades inspiradas em quase cinco anos de lições aprendidas com o Pix no Brasil, como pagamentos por QR code, identificação de usuários por meio de chaves (CPF, e-mail e número de telefone), interoperabilidade obrigatória para transferências instantâneas e limites de transação a depender do horário, para prevenir fraudes.

“Nós processamos mais pagamentos em tempo real no Brasil do que quase qualquer outra empresa. O Ebanx é responsável pelas transações de 20% de todos os usuários do Pix. Poder compartilhar essa experiência e conhecimento com os reguladores colombianos e ajudá-los a evitar alguns dos obstáculos que enfrentamos no início da operação com o Pix foi muito gratificante”, destaca Eduardo de Abreu.

Apesar das similaridades, o Bre-B não é uma cópia do Pix. Enquanto o Brasil construiu um único trilho entre instituições financeiras para tornar seu sistema de pagamento interoperável, a Colômbia desenvolveu um novo ecossistema em cima de uma infraestrutura já existente. O Bre-B conecta serviços estabelecidos de transferência de conta que não tinham interligação entre eles, como Transfiya e EntreCuentas, com novas soluções como Credibanco e Visionamos. Ele também foi projetado para receber novas integrações no futuro.

Outra diferença importante entre o Bre-B e o Pix está nos tipos de transações disponibilizados no dia do lançamento. Por enquanto, o ecossistema colombiano oferece apenas transferências entre pessoas físicas (P2P) e pagamentos de consumidor para empresas (P2M). O plano para o futuro é incluir entidades governamentais no sistema, permitindo que cidadãos paguem impostos e serviços públicos com Bre-B (P2G), além de possibilitar desembolsos de subsídios governamentais (G2P). Recursos como pagamentos recorrentes para serviços baseados em assinatura e transferências em lote para folha de pagamento e pagamentos de alto volume também estão no horizonte do banco central da Colômbia.

Inclusão financeira

Além de impulsionar interoperabilidade, eficiência e segurança, o Bre-B será um elemento-chave para acelerar a inclusão financeira da Colômbia. O sistema está conectado às Cajas de Compensación Familiar (Fundos de Compensação Familiar, em português), instituições que fornecem benefícios sociais, subsídios e serviços para 42% da população do país.

“Muitas dessas pessoas tinham que sacar dinheiro em caixas eletrônicos para fazer compras porque eram tradicionalmente excluídas do sistema financeiro. Agora elas têm uma opção de pagamento que permite que façam compras on-line, paguem por serviços e tenham acesso à economia digital de maneiras que não eram possíveis antes”, afirma Hernando Rubio, CEO da MOVii.

O Bre-B já emitiu mais de 80 milhões de chaves de pagamento, uma média de quase três por pessoa. “Isso mostra o apetite do país por uma solução de pagamento moderna e inclusiva. As pessoas estão prontas para a mudança e ávidas por ferramentas financeiras melhores”, finaliza Eduardo de Abreu.

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