Candidato pela chapa Coritiba Ideal, Marcelo Almeida quer “renovar o espírito Coxa”
Julio Cesar Lima, especial para o Portal Reinaldo Bessa
“São duas as principais coisas que traduzem o futebol: sonho e paixão. E podemos dizer que o futebol também é feito de esperança”. A definição é do empresário e ex-deputado federal Marcelo Almeida e, de certa forma, explica a decisão de abraçar um desafio inédito em sua trajetória. Quando trocou a política pela arte de fazer pão em sua Prestinaria, há cerca de um ano, Almeida não planejou chegar ao fim de 2020 próximo de entrar para a história de seu clube do coração. No dia 12 de dezembro, o empresário curitibano irá participar das eleições do Coritiba integrando a chapa “Coritiba Ideal”, encabeçada por Renato Follador.
Leia a entrevista exclusiva dele ao portal sobre sua participação nas eleições do clube:
Por que você decidiu aceitar o convite para compor o Conselho Administrativo do Coritiba?
MA: Eu percebi que, aos 54 anos, com toda a experiência adquirida em minha vida, posso me colocar a serviço do Coritiba e ajudar o meu time a se levantar. Eu já havia sido convidado para ser conselheiro do Coxa antes, mas me senti apenas mais um, sem entender a relevância da minha participação. Dessa vez foi diferente. O convite do Follador foi quase uma convocação. Senti que posso fazer muito pelo meu time e entrei de corpo e alma no projeto. O fato de ser esse G5 também foi decisivo. É um grupo de gente ética, comprometida, que tem bastante clareza sobre o que precisa acontecer para o Coxa decolar. O grupo é excelente e o projeto também. Por isso, estou dentro.
Mas como a sua experiência na política e nos negócios pode auxiliar o Coritiba a superar a fase difícil?
MA: O gerenciamento de um clube de futebol tem muito de política e exige excelência administrativa e na gestão de recursos e das pessoas. A experiência como homem público me ensinou a não me deixar influenciar pelo poder e ser um conselheiro nesse xadrez. Eu tenho bom trânsito com importantes contatos políticos em diferentes esferas, porque já fui vereador, diretor do Detran, deputado federal, candidato ao Senado. Conheço as pessoas, sei os caminhos que precisam ser percorridos para conseguir apoio, viabilizar projetos e fazer as mudanças necessárias para que o Coritiba cresça. A nossa proposta é renovar o espírito do Coxa. Nós pegaremos o Coritiba em uma situação muito ruim, torcendo para o time não cair para a Segunda Divisão. Mas o resgate que pretendemos fazer deve se tornar exemplo de gerenciamento nos próximos anos para clubes de diferentes níveis.
Qual a sua relação pessoal com o Coritiba? Você é um torcedor que acompanha bastante o futebol?
MA: E como! Eu sou torcedor daqueles que não perdem uma partida no Couto Pereira. E já cansei de largar tudo para acompanhar o time em partidas fora de casa. Estou morrendo de saudades do estádio, por sinal. Isso sempre foi assim, desde criança. Eu tinha uma família inteira de atleticanos e cheguei a ganhar a carteirinha de sócio torcedor do Athletico, do meu pai. Presente recusado, lógico, porque o coração já era alviverde. De tanto que acompanhei o Coxa, acabei fazendo vários amigos como o Nivaldo, o Dionísio, o Pachequinho e o Alex, que é um ídolo e um amigão. Como também sou um apaixonado por literatura, dei de presente a biografia oficial do Alex, escrita pelo jornalista Marcos Eduardo Neves.
E a literatura é uma paixão que você leva como hobby ou tem algum trabalho envolvendo literatura?
MA: Você acredita que eu tenho uma biblioteca com quase 1.500 livros? Eu leio muito, eu espalho livros, distribuo livros de tudo quanto é jeito. Na rádio, onde tenho um programa diário, os ouvintes ganham livros. Já fiz uma doação de 10 mil livros para o sistema penitenciário, porque achei o projeto importante. É aquele que faz a remissão de pena dos presos que lêem e apresentam os resumos das obras. Foi uma das coisas mais legais que fiz. Quando os livros chegaram ao presídio, foi encantador, porque as obras eram boas e isso estimulou o hábito da leitura entre os presos. Tempos atrás, eu encontrei um homem lendo na rua e ele contou que estava desempregado. Tinha saído da prisão. Pedi pra olhar o livro e estava lá o carimbo. Era um dos livros que eu doei. Eu participo de encontros literários e faço palestras sobre o tema também. Criei o Conversa entre Amigos, um grupo de leituras que já recebeu até J.M. Coetzee, Mia Couto, Caco Barcellos, Carolina Saavedra, Laurentino Gomes.
O que muda na sua vida se assumir o cargo de vice-presidente do Coritiba?
MA: Ah, isso vai acontecer sim. Estou muito otimista com essas eleições e a cabeça já está 100% conectada com o projeto para o Coxa. Vai mudar muita coisa na rotina, porque não quero apenas constar no quadro do Conselho Administrativo. Eu vou colocar a mão na massa mesmo, porque quero deixar algo importante para o Coritiba. O Coxa tem que ser como uma grife, tem que ficar grande, voltar a dar muitas alegrias para o torcedor. A torcida tem meu compromisso. Vou dar tudo de mim pelo clube. O melhor que puder oferecer.
LEIA TAMBÉM:
- Recuse-se a entrar em locais cheios, pedem Associação Comercial do Paraná e Fecomércio
- Prefeitura anuncia reforço na fiscalização para o cumprimento das regras sanitárias
Siga-nos no Instagram para ficar sempre por dentro das notícias:
[instagram-feed]