
Anúncio da “Times Square”curitibana desperta o interesse do comércio e do mercado imobiliário

Representantes dos setores comercial e imobiliário de Curitiba já planejam as próximas ações para a região da Rua Marechal Deodoro, no início de 2025, com a expectativa da atração de bares e restaurantes para os arredores do Distrito de Mídia, conhecido como a “Times Square curitibana”.
A movimentação começou após o prefeito Rafael Greca assinar, em 29 de novembro, o Decreto Municipal 1.871/2024, que prevê a criação do Distrito de Mídia no trecho entre a Travessa da Lapa e a Rua Desembargador Westphalen (na altura da Praça Zacarias). “Essa iniciativa mostra mais uma vez como a sintonia entre prefeitura e iniciativa privada pode render bons frutos para a cidade. Nos últimos anos, o mercado de corretores de imóveis viu com tristeza o centro da cidade se degradar, em especial após a pandemia. Para revitalizar a região, dar nova vida e funções nos períodos diurno e noturno, é preciso essa união de esforços. Com o distrito, em pouco tempo teremos grandes painéis que, além de iluminar a região da Marechal, vão atender uma quantidade enorme de pessoas, turistas e comerciantes”, avalia Carlos Eduardo Canto, presidente da Confraria Imobiliária de Curitiba. Ele sugere uma redução de impostos sobre serviços para quem ocupar imóveis abandonados.
A área compreendida pelo Distrito de Mídia tem potencial de 20 mil m² em publicidade e a expectativa é que os investimentos das empresas em mídia exterior poderão tornar a região um polo para o lançamento de campanhas publicitárias de grandes proporções, utilizando recursos tecnológicos, em equilíbrio entre inovação urbana e qualidade de vida dos residentes e visitantes.
Os grandes telões e letreiros luminosos, nos moldes de Nova York, Londres e Tóquio, devem atrair turistas e com isso movimentar a economia local, a partir da autorização para que empresas de mídia outdoor instalem publicidade e anúncios cinéticos em luminosos e telões nas fachadas e testadas de imóveis, em um trecho de 592 metros de extensão da via. “Do ponto de vista do comércio, esse projeto é espetacular. Não tenho dúvidas de que o Centro de Curitiba vai ganhar mais vida, com visual mais agradável, comparando-se com a situação atual. O comércio certamente vai se engajar e querer participar, com as atividades relacionadas ao movimento que a iniciativa trará”, aposta Antônio Gilberto Deggerone, presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), amplamente favorável à iniciativa da “Times Square curitibana”.
O corredor luminoso no trecho será de responsabilidade da iniciativa privada, representada pelo Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Estado do Paraná (Sepex-PR). “O Distrito de Mídia é resultado do bom relacionamento entre as empresas de mídia exterior, por meio do Sepex, e a prefeitura. Curitiba é considerada hoje a cidade mais organizada do Brasil em regulamentação de mídia exterior. Nosso objetivo comum é sempre o melhor embelezamento da cidade. Tanto que alguns projetos só existem aqui, com ornamentação e paisagismo, espaços pet, as chamadas ‘gentilezas urbanas’, iniciativas das empresas com aval da prefeitura”, detalha Juracy Favretto, diretor da empresa AutoMídia System e membro do Sepex-PR.
A diretora do Departamento de Usos do Solo da Secretaria Municipal de Urbanismo, Patrícia Monteiro, ressalta que, apesar da inspiração americana, o projeto terá DNA curitibano. “Temos uma arquitetura consolidada na Rua Marechal Deodoro, então, apesar do modelo nova-iorquino, teremos painéis de grandes proporções dentro da arquitetura de Curitiba. Não tamparemos janelas e vamos preservar a luminosidade dos edifícios, por exemplo. Temos alguns residenciais, mas o trecho foi escolhido porque a maioria dos prédios é comercial. Será um projeto específico com a cara de Curitiba”, destaca.
Segundo Patrícia, o projeto teve as primeiras discussões em julho de 2023, com realização de estudos de impacto na região até o texto final da regulamentação. O decreto que estabelece os parâmetros define os tipos de publicidade que poderão ser instalados na região, bem como as regras relacionadas à área máxima permitida, altura e extensão.
A instalação só pode ocorrer após a obtenção do alvará, que terá validade de um ano, podendo ser renovado pelo mesmo período. Entre as condições para o licenciamento das novas publicidades, a empresa deverá prever controles de intensidade de luz, dependendo do tipo de tecnologia escolhida, para não gerar incômodo e impacto visual nos pedestres, veículos e ocupantes das edificações.
As instalações também deverão seguir as normas técnicas que garantam a segurança estrutural, sem atrapalhar a visibilidade ou criar riscos, além de manter as fachadas das edificações e os passeios limpos e em boas condições.
“Acreditamos que, em janeiro, já devemos liberar os primeiros alvarás. O projeto deve ganhar vida ainda no primeiro semestre. Vale lembrar que ainda é um projeto piloto para viabilizar essas grandes proporções de anúncios, que são controlados em Curitiba desde 1994”, finaliza Patrícia