
Agência de notícias americana diz que aeroportos no Paraná podem ser vendidos pelo Grupo CCR, entre eles o Afonso Pena

O Grupo CCR, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, estaria planejando vender os 20 aeroportos que detém na América Latina, incluindo quatro aqui no Paraná: dois na Grande Curitiba, o Internacional Afonso Pena e o do Bacacheri, o de Londrina e o Internacional de Foz do Iguaçu. A informação foi divulgada hoje pela agência de notícias Bloomberg, que afirmou que a companhia teria interesse em levantar R$ 10 bilhões como parte da reestruturação do seu portfólio, além de pagamentos de dívidas e aumento de investimentos.
Para isso, a CCR estaria trabalhando com a consultora financeira Lazard, sediada em Nova York, e o Itaú Unibanco para viabilizar o acordo. Ao mesmo tempo, o Goldman Sachs e BTG Pactual estariam com os ativos de mobilidade, incluindo metrôs e ferrovias
A CCR Aeroportos é uma divisão de negócios do grupo que tem 17 operações no Brasil e outras três no Equador, Costa Rica e Curaçao, com um fluxo total de 43 milhões de passageiros por ano. O Grupo CCR opera mais de 40 concessões no Brasil e ao longo da próxima década deve utilizar quase 50 bilhões de reais em investimentos nessas operações. Uma delas é a construção de uma terceira pista no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, com 3 mil metros de extensão. A atual tem pouco mais de 2 mil. Esta obra está prevista no contrato de concessão da concessionária que administra o terminal e vai proporcionar a ligação do Paraná com os principais destinos no mundo. A previsão é começar a obra ainda em 2025 e o prazo para entrega é até dia 31 de dezembro de 2026.
Aqui no Paraná a CCR também terá que investir no recente lote 3, que venceu no leilão das Rodovias Integradas do Paraná, e reúne um conjunto de vias que conectam o norte do estado à região de Ponta Grossa, fazendo ligação com o eixo viário em direção ao Porto de Paranaguá. O contrato, com duração de 30 anos, irá demandar investimentos de R$ 9,8 bilhões em obras de melhorias e modernização das condições viárias.
Procurada, a CCR, por meio da assessoria de imprensa, não confirmou a notícia e limitou-se a mandar uma ata de uma teleconferência realizada em fevereiro em que os executivos do grupo mencionam a possibilidade de reciclagem de capital, especificamente no contexto dos aeroportos. Na ata, há uma fala do CEO da CCR Miguel Setas “No caso de aeroportos, uma grande parte das receitas é indexada ao dólar, e num cenário atual de desvalorização do real e de valorização do dólar, isso obviamente tem um impacto no valor desta plataforma.”, ponderou Setas.