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Pandemia faz tradicional restaurante do Centro de Curitiba mudar de endereço

Reinaldo Bessa

O restaurante Imperial, na rua José Loureiro, onde funciona desde 1966. (Foto: Portal Reinaldo Bessa)

A chamada baixa gastronomia de Curitiba, especialmente aquela que já dobrou o Cabo da Boa Esperança, volta e meia prega sustos em seus admiradores de carteirinha. Esses estabelecimentos têm um público tão fiel quanto tradicional. A qualquer sinal de mudança à vista instala-se a pulga atrás da orelha da clientela. Pois é o que está acontecendo com o Imperial, famoso restaurante do Centro de Curitiba, daqueles que quando se entra tem-se a impressão de ter adentrado numa máquina do tempo e apertado o botão “Curitiba Anos 60”. As mesas, as paredes, o piso e até alguns garçons, tudo remete ao passado.

Atingido em cheio pela pandemia, o Imperial, aberto em 1966 pelo espanhol Vitoriano Toron Souto, teve que se adaptar às exigências do vírus e eliminar alguns lugares. De 90 baixou para 60. Ficou fechado dois meses (março e abril). Como o imóvel é alugado, o atual proprietário, Sergio Chueh, temeu pelo pior. Tempos difíceis viriam. E vieram. Sem condições de se manter no endereço, nobre para um estabelecimento de sua estirpe, viu-se obrigado a pensar em outro local. Ao tomarem conhecimento, os clientes mais assíduos se preocuparam com a possibilidade de perderem o espaço.

O novo restaurante Imperial manterá as mesmas características do original. (Foto: Portal Reinaldo Bessa)

Sergio teve sorte. Não precisou andar mais que 20 metros para achar sua nova casa. Na mesma rua José Loureiro, no número 111, na antiga sede do jornal Diário do Paraná de tempos gloriosos da imprensa curitibana. Uma espécie de troca afetiva porque certamente os jornalistas do DP eram frequentadores do Imperial nos tempos idos, quando o restaurante era um oásis nas frias madrugadas curitibanas.

Sergio Chueh, proprietário do Imperial, em frente ao painel que decora o salão do restaurante e que será levado para o novo endereço. (Foto: Portal Reinaldo Bessa)

O novo espaço, na sobreloja de um estacionamento, do mesmo dono deste, é acessado por uma escada íngreme. O empresário guarda-carros foi camarada com Sergio Chueh e esta colaborando com a reforma do imóvel, que deverá ganhar um elevador. E até cogita abrir o estacionamento à noite se o Imperial decidir voltar a abrir para o jantar. O atendimento noturno acabou em 2011 vencido pela insegurança que imperava na região.

No novo endereço, bem maior que o atual, serão 100 lugares já considerando o distanciamento entre as mesas. O chão será em granelite, imitando pisos antigos. E uma novidade: o garçom Ramiro, também espanhol, de 75 anos, que começou a trabalhar lá em 1976, estará de volta ao salão.

Espanhol da gema

Fundado pelo espanhol Vitoriano Touron, como já se disse, o Imperial mudou de mãos em 1997, quando Sergio e um irmão o compraram. Desde 2014 ele é o único proprietário. O cardápio é bem variado – vai dos grelhados especiais como bife de chorizo e alcatra, também conhecido como orelha de elefante devido ao tamanho – a frutos do mar. Por supuesto. Se você ainda quer conhecer o Imperial original tem até o final de janeiro. A partir de fevereiro, ele se muda para o novo endereço. Mais imperial do que nunca.

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