
Pandemia provoca queda de braço entre ACP e Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba
Reinaldo Bessa

Uma queda de braço se desenrola nos bastidores da pandemia em Curitiba entre a Associação Comercial do Paraná e o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba. A ACP acusa as empresas de ônibus de ser um dos responsáveis pela propagação da Covid-19 conforme carta enviada nesta segunda-feira (22), de forma sigilosa, ao promotor Marcelo Paulo Maggio, da Promotoria de Justiça de Proteção à Saúde Pública do Ministério Público estadual (leia a íntegra da carta ao final). Na carta, Turmina manifesta preocupação com as novas medidas adotadas pelas autoridades de Curitiba e a ausência delas na prática “em setores já conhecidos como focos de propagação da Covid-19”.
O presidente da ACP diz: “Estamos vendo um crescente número de propagação do vírus, bem como estamos vendo diariamente entre nossos associados e funcionários de nossos associados uma superlotação dos ônibus das linhas municipais e das linhas intermunicipais que se ligam à nossa cidade” e cobra fiscalização do poder público e medidas mais enérgicas para não prejudicar o funcionamento do comércio da cidade. Turmina volta a falar na carta na necessidade de Curitiba instituir o toque de recolher – como já fizera na semana passada – entre às 23h e às 6h da manhã para diminuir o consumo de bebidas alcoólicas por jovens que promovem aglomerações.
Nota de repúdio
“Está na hora de parar de transferir responsabilidades e de tomar o transporte coletivo como vilão. A hora é de achar soluções em conjunto”, rebateu o presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp), Mauricio Gulin, em nota de repúdio divulgada nesta tarde. Para Gulin, a cada semana o presidente da Associação Comercial arvora-se a dar soluções sobre o funcionamento do transporte coletivo, como se especialista fosse.
De acordo com a nota do Setransp, o que precisa ficar claro é que os ônibus fazem um serviço essencial, levando profissionais da saúde aos seus postos de trabalho, onde lutam contra essa pandemia e salvam vidas e que até por isso passaram a ter preferência na hora do embarque.
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Sindicato dos empresas de ônibus deixam de cumprir a Lei Municipal que limitou o número de passageiros em cada ônibus, inclusive proibindo passageiros em pé, porque priorizam o lucro, e não a preservação de vidas, ao não contribuirem para evitar a propagação do coronavirus. O poder público Municipal deveria aplicar multas de elevado valor, a cada vez que fiscalização verificasse o não cumprimento da norma estabelecida. Parabéns ao Presidente da ACP, CamiloTurmina, por sua atuação em defesa da saúde da comunidade.